OMS identifica patógenos que podem causar futuros surtos e pandemias
OMS lança nova lista revisada para orientar o investimento global, pesquisa e desenvolvimento de vacinas, testes e tratamentos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira 21, o lançamento de um novo processo científico global para atualizar a lista de patógenos prioritários – aqueles agentes que podem causar surtos ou pandemias – a fim de orientar o investimento global, pesquisa e desenvolvimento (P&D) de vacinas, testes e tratamentos.
O início se deu por uma reunião realizada na última sexta-feira 18, em que a entidade reuniu mais de 300 cientistas para trabalharem em evidências de mais de 25 famílias de vírus e bactérias, bem como na “Doença X”, termo para indicar um patógeno desconhecido que pode causar uma grave epidemia internacional. Os especialistas recomendarão uma lista de patógenos prioritários que precisam de mais pesquisas e investimentos. O processo incluirá critérios científicos e de saúde pública, bem como contextos relacionados ao impacto socioeconômico, acesso e equidade.
A lista foi publicada pela primeira vez em 2017 e o último exercício de priorização foi feito em 2018. A lista atual já inclui a Covid-19, assim como a febre hemorrágica da Crimeia-Cong, a doença do vírus Ebola, a doença do vírus Marburg, a febre de Lassa, a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS), a síndrome respiratória aguda grave (SARS), a Nipah e doenças henipavirais, a febre do Vale do Rift, a zika e a doença X.
“Direcionar patógenos prioritários e famílias de vírus para pesquisa e desenvolvimento de contramedidas é essencial para uma resposta rápida e eficaz a epidemias e pandemias. Sem investimentos significativos em P&D antes da pandemia de Covid-19, por exemplo, não teria sido possível desenvolver vacinas seguras e eficazes em tempo recorde”, disse Michael Ryan, Diretor Executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS.
Para os patógenos identificados como prioritários, o plano de P&D da OMS para epidemias desenvolve roteiros que estabelecem lacunas de conhecimento e prioridades de pesquisa. Onde for relevante, são desenvolvidos perfis de produtos-alvo, que informam os desenvolvedores sobre as especificações desejadas para vacinas, tratamentos e testes de diagnóstico. Esforços também são feitos para mapear, compilar e facilitar ensaios clínicos para desenvolver essas ferramentas. Esforços complementares – como fortalecer a supervisão regulatória e ética – também são considerados.
“Esta lista de patógenos prioritários tornou-se um ponto de referência para a comunidade de pesquisa sobre onde concentrar energias para gerenciar a próxima ameaça”, explicou Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS. “Ele é desenvolvido em conjunto com especialistas da área e é a direção acordada para onde nós – como comunidade de pesquisa global – precisamos investir energia e fundos para desenvolver testes, tratamentos e vacinas. Agradecemos aos nossos doadores, como o governo dos Estados Unidos, nossos parceiros e os cientistas que trabalham com a OMS para tornar isso possível”, completou. A lista revisada deverá ser publicada no primeiro trimestre de 2023.