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Os traços da saúde de Bolsonaro que ajudam (ou não) no combate à Covid-19

Como a prática da atividade física, o atentado sofrido e a idade do presidente impactam na recuperação da infecção pelo novo coronavírus

Por Mariana Rosário Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 jul 2020, 18h49 - Publicado em 7 jul 2020, 17h19
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  • O presidente da República Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 7, que seus exames para detectar a infecção pelo novo coronavírus atestaram positivo. Bolsonaro submeteu-se ao teste após apresentar um quadro de indisposição e febre desde a noite do último domingo.

    Ainda que afirme estar totalmente recuperado dos primeiros sintomas — ele atribuiu a melhora ao uso de hidroxicloroquina, um fármaco para tratamento de malária que ainda não tem confirmação científica de que seja eficaz no combate à Covid-19 —  o quadro de saúde do político segue inspirando cuidados.

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    O fator que apresenta maior risco ao quadro de saúde do presidente é sua idade. Aos 65 anos, ele integra o grupo que estatisticamente sofre maiores implicações após o contágio da doença, de acordo com levantamentos epidemiológicos.  No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, o maior número de internações por Síndromes Respiratória Aguda Grave (SRAG), complicação causada majoritariamente pela Covid-19 neste ano, ocorre justamente entre pacientes com idade entre 60 e 65 anos. Mas ter mais idade não significa obrigatoriamente que a pessoa sofrerá uma evolução grave da doença. “Na verdade, quer dizer que, em comparação com grupos de pessoas mais jovens, as probabilidades de agravamento são maiores”, explica o infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto Emílio Ribas.

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    Diante desse cenário, é importante que pacientes com mais de 60 anos e diagnóstico positivo para o vírus — como Bolsonaro — monitorem diariamente os sintomas da doença, e procurem atendimento médico após qualquer incômodo. “Pessoas mais velhas precisam ficar ainda mais atentas caso não ocorra desaparecimento de quadros de fadiga durante a segunda semana de infecção pelo novo coronavírus. Ao menor sinal de alteração, é preciso procurar atendimento, aconselhamento, mesmo que via telemedicina”, alerta o infectologista e especialista em saúde pública Gerson Salvador.

    Atividade física

    Tão logo a pandemia passou a espalhar-se no país, o presidente afirmou em pronunciamento nacional em cadeia de rádio e TV no dia 24 de março que “não sentiria nada” caso fosse contaminado por contar com um “histórico de atleta”. Especialistas apontam que não existe qualquer evidência de práticas esportivas, ainda que continuas, que tornem o corpo mais resistente à Covid-19. Em compensação, a atividade física serve como um método de prevenção à obesidade, diabetes e problemas cardíacos, doenças consideradas como agravantes para quadros de Covid-19.

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    Diferentemente do que muitos acreditam, o atentado ocorrido durante a campanha eleitoral de 2018, no qual Bolsonaro foi atingido com uma facada e tornou o presidente de uma bolsa de colostomia por cerca de cinco meses, não impacta na sua recuperação agora. Não há qualquer evidência científica de que pessoas que foram operadas há muito tempo e totalmente restabelecidas possam estar mais vulneráveis ao novo coronavírus. Bolsonaro retirou a bolsa de colostomia em janeiro de 2019.

     

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