Depois de escolher a carreira que pretendemos seguir, a decisão mais importante é a universidade em que faremos o curso. Neste momento, a opinião de amigos, familiares e pesquisas pessoais sobre as instituições disponíveis são importantes. Mas estudo publicado esta semana na revista Nature indica que a genética pode ser fator determinante na maioria dos casos. Os pesquisadores afirmam que os jovens selecionam e modificam as próprias experiências educacionais com base nas propensões genéticas, que ainda são capazes de determinar o desempenho nas provas de vestibular e o sucesso acadêmico.
Estudo anteriores já haviam demonstrado que os genes explicam boa parte das diferenças educacionais de alunos do ensino fundamental e médio, mas esta é a primeira pesquisa a apresentar a influência genética no desempenho educacional durante os anos universitários.
O estudo
A equipe de pesquisa do King’s College London, no Reino Unido, analisou as informações genéticas de 3.000 indivíduos genotipados (cuja sequência de DNA foi comparada com a de familiares) e 3.000 pares de gêmeos para o artigo descobrir até que ponto os genes explicam as diferenças relacionadas à educação universitária entre os jovens. Durante análise dos gêmeos, descobriu-se que a influencia genética corresponde as 57% das diferenças nos resultados do vestibular. Já a decisão de se matricular em uma universidade específica foi determinado geneticamente em 51% dos casos, enquanto o desempenho acadêmico foi refletida pelos genes em 46% das situações.
No caso da qualidade da instituição, a porcentagem alcançou os 57% no valor geral – quando considerados os resultados do exame de admissão, a diferença caiu para 47%. “Isso sugere que a alta herdabilidade da qualidade universitária reflete mais do que o sucesso ou fracasso dos resultados do vestibular”, escreveram os autores.
Esses números revelam que o ambiente escolar anterior (ensino fundamental e médio) e o ambiente familiar influenciam na escolha da instituição de ensino superior, mas a individualidade genética explica melhor as diferenças no desempenho acadêmico. De acordo com os cientistas, a diferenciação genética permite que o estudante tenham maior liberdade para escolher o ambiente no qual se sente mais confortável para desempenhar suas aptidões hereditárias, sendo este talvez um dos principais motivos pelos quais influências ambientais compartilhadas diminuem na universidade em comparação com os anos escolares obrigatórios.