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Ozempic manipulado causou 12 mortes e 144 hospitalizações nos EUA

Casos de eventos adversos que estariam ligados a versão de semaglutida feita por farmácias nos últimos 2 anos foram apresentados à agência de notícias Reuters

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 nov 2024, 19h48
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  • Versões de semaglutida, princípio ativo dos medicamentos Ozempic e Wegovy, feitas em farmácias de manipulação estariam associadas a pelo menos 12 mortes e 144 hospitalizações nos últimos dois anos, segundo um documento sobre efeitos adversos elaborado pela farmacêutica Novo Nordisk e obtido pela agência de notícias Reuters.  Em nota, a empresa dinamarquesa informou que pesquisas científicas revisadas por pares confirmaram a contaminação por impurezas em versões manipuladas e advertiu que “não existem medicamentos manipulados, genéricos ou alternativos de semaglutida aprovados pela FDA (agência regulatória americana) e pela Anvisa (agência brasileira)”.

    Os casos foram citados pelo diretor financeiro Karsten Munk Knudsen nesta quarta-feira, 6, e a agência de notícias teve acesso ao banco de dados sobre episódios de pessoas que tomaram cópias manipuladas dos remédios para diabetes tipo 2 (Ozempic) e obesidade (Wegovy).

    Nos Estados Unidos, existe a permissão de manipular medicamentos em situação de escassez, mas a farmacêutica, de acordo com a reportagem, pediu à FDA que proíba a fabricação de versões do medicamento por farmácias de manipulação.

    Relatórios da Novo Nordisk americana foram encaminhados à agência regulatória dos Estados Unidos citando as 12 mortes e 144 hospitalizações após a administração de cópias de semaglutida. “Esses incidentes podem ser apenas a ponta do iceberg e a FDA alertou especificamente que os eventos adversos desses medicamentos irregulares são subnotificados”, disse a farmacêutica.

    A análise de medicamentos manipulados apontou “níveis significativamente altos de impurezas” que, de acordo com a empresa, podem levar a “reações imunológicas, como choque anafilático”.

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    A empresa dinamarquesa informou que, até o momento, desconhece casos de morte por uso de semaglutida irregular no Brasil.

    Alerta sobre Ozempic irregular nos Estados Unidos

    Na semana passada, a FDA publicou um alerta sobre a busca por versões não aprovadas de semaglutida e tirzepatida (Mounjaro, da Eli Lilly), afirmando que o ato pode ser arriscado porque essas opções não têm garantia de segurança, eficácia e qualidade.

    No comunicado, a agência expressou preocupação com versões compostas do medicamento, as manipuladas em farmácias, e citou ainda eventos adversos relacionados a erros de dosagem desses produtos.

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    Ozempic falsificado no Brasil

    No fim do mês passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre falsificação do Ozempic em seis cidades brasileiras. Há indícios de que as versões falsas eram de canetas de insulina com o rótulo original do remédio para diabetes tipo 2 que tem sido usado incorretamente para perda de peso.

    “Canetas de insulina Fiasp FlexTouch foram readesivadas e reaproveitadas com rótulos de Ozempic do lote NP5K174, que possivelmente foram retirados indevidamente de canetas originais do medicamento”, informou a agência.

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