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Pais passam os últimos momentos com bebê Charlie

Charlie Gard, de 10 meses, tem uma doença genética que causa perda muscular progressiva. A Corte Europeia indicou o desligamento dos aparelhos

Por Da redação
Atualizado em 25 jul 2017, 16h40 - Publicado em 1 jul 2017, 17h01

Os pais do pequeno Charlie Gard, de 10 meses, estão passando os últimos dias ao lado de seu filho em estado terminal — antes que os aparelhos sejam desligados. Na última terça-feira, Chris Gard e Connie Yates foram informados que a Corte Europeia de Direitos Humanos indicou o desligamento dos equipamentos que dão suporte à vida do bebê.

Charlie sofre de uma síndrome de miopatia mitocondrial, uma condição que provoca a perda progressiva de força muscular. A doença genética e incurável é considerada extremamente rara.  O pequeno nasceu em agosto de 2016, aparentemente saudável. Com o tempo, Connie notou que ele começou a perder peso e força.  Ao completar oito semanas de vida, Charlie foi levado ao Hospital Great Ormond Street, em Londres, depois de desenvolver pneumonia. Ficou internado desde então e precisa de ventilação mecânica para continuar vivo.

O bebê está no centro de uma longa batalha judicial entre seus pais, que gostariam de que ele fosse submetido a uma terapia experimental nos Estados Unidos, e especialistas do hospital de Londres, que dizem que nenhum tratamento experimental  seria capaz de salvá-lo.

Na última terça,  a Corte Europeia emitiu sentença definitiva para que os aparelhos fossem desligados e ordenou a suspensão das medidas judiciais provisórias que estavam sendo aplicadas aguardando a decisão judicial final.

A história de Charlie emocionou o mundo. Seus pais já arrecadaram mais de 1,4 milhão de libras (o equivalente a 6 milhões de reais) após lançar um um apelo em um site americano para pagar o tratamento. Até mesmo o papa Francisco se manifestou, com mensagem enviada a partir do Vaticano. Ele disse que ninguém deveria acabar deliberadamente com uma vida humana e acrescentou: “Caro Charlie … estamos rezando por você”.

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Os pais também enviaram uma mensagem aos que acompanhavam a história: “Por favor, respeite nossa privacidade enquanto nos preparamos para dizer o último adeus ao nosso filho Charlie”.

Para Luciana Dadalto, advogada especialista em saúde, a decisão da Corte Europeia é importantíssima para a discussão da obstinação terapêutica. “É preciso conscientizar as pessoas de que há uma hora para parar e deixar o curso natural da doença. E, especificamente quanto ao caso Charlie Gard, entendo que realmente o melhor para ele é não ser submetido ao tratamento experimental e ter resguardado o direito à morte digna”.

 

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