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Paulinho da Viola: entenda o câncer raro que acomete o cantor

Cantor teve um pequeno sangramento digestivo e foi submetido a uma cirurgia após diagnóstico de GIST de intestino delgado

Por Diego Alejandro
Atualizado em 1 ago 2023, 16h48 - Publicado em 1 ago 2023, 15h01
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  • Paulinho da Viola e Marisa Monte
    DA VIOLA: Cantor teve que passar por uma cirurgia às pressas na madrugada de segunda, 31 (Francisco Cepeda/AgNews)

    Após passar por uma “indisposição”, o cantor e compositor Paulinho da Viola precisou cancelar o show que faria em Três Rios, no Rio de Janeiro, no último domingo, 30. Na madrugada, feita uma bateria de exames, o cantor e compositor foi diagnosticado com um tumor estromal gastrointestinal de intestino delgado e logo encaminhado para uma cirurgia para prevenir eventuais consequências de um sangramento digestivo.

    De acordo com a equipe médica, a cirurgia foi bem-sucedida e o músico passa bem. Após a retirada do tumor, o material passará por uma biópsia para averiguar se o tumor é benigno ou maligno. Paulinho segue internado na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio.

    GIST

    O tumor estromal gastrointestinal (GIST, sigla em inglês para gastrointestinal stromal tumors) é um câncer que tem origem nas células de Cajal, presentes na parede dos órgãos de trato gastrointestinal. Em 60% dos casos ocorre no estômago e em 35% no intestino delgado, assim como, em casos mais especiais, no esôfago, cólon (intestino grosso), reto ou abdômen.

    Raro, o GIST pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum a partir dos 60 anos. Não há estatísticas oficiais da moléstia no Brasil, mas é sabido que sua prevalência média esteja em torno de 2 a 2,5 casos novos por 100 mil habitantes, o que representaria mais de 3 mil casos anuais entre os brasileiros. Nos Estados Unidos, segundo a American Cancer Society, o número total de casos de GIST diagnosticados no país anualmente varia de 4 mil a 6 mil.

    Silencioso

    A falta de mapeamento se dá, principalmente, por ser uma doença silenciosa. Os GISTs são frequentemente encontrados durante uma endoscopia ou tomografia computadorizada para uma condição não relacionada com essa doença. Esses exames podem mostrar o tamanho do tumor, onde começou, se algum órgão ou tecido próximo está envolvido e se espalhou para outras partes do corpo. 

    Entretanto, a confirmação do diagnóstico é feita somente após a biópsia, a partir da coleta de uma amostra do tumor. Quando os pacientes com GIST apresentam sintomas como sangramento digestivo ou anemia, a doença já está mais avançada. 

    De acordo com o National Cancer Institute, dos Estados Unidos, quando a doença é diagnosticada em fase inicial (restrita ao órgão de origem) a chance de cura (o paciente estar vivo cinco anos após o tratamento) supera os 90%.

    Tratamento

    O principal tratamento dos GISTs é a ressecção cirúrgica completa – em outras palavras, a remoção do tumor –, sempre que possível com a preservação da integridade (que não se retire por partes) para prevenir a metástase dentro do abdômen por ruptura e extravasamento, conforme explica o cirurgião oncológico Héber Salvador, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica SBCO e titular de Cirurgia Abdominal do A.C. Camargo Cancer Center.  “Esse cuidado é essencial, pois representa uma cirurgia oncológica segura para o paciente, com menor risco de deixar doença remanescente. Além disso, reduz também a probabilidade de recidiva (volta da doença)”, diz.

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    A cirurgia, em situações específicas, chega a ser o único tratamento. Na maioria dos casos, é seguida por um tratamento de três anos com uma terapia-alvo chamada imatinibe (inibidor da proteína tirosina quinase). A radioterapia é raramente indicada para tratar pacientes com GIST. Em alguns casos, o imatinibe pode ser feito na neoadjuvância, ou seja, antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor.

    Causas e Sintomas

    O GIST tem como principal causa uma mutação genética no gene Kit. Na maioria dos casos, essa mutação é somática, ou seja, acontece nas células que originam o tumor ao longo da vida do paciente. Em casos mais raros, essas mutações podem ser herdadas geneticamente, podendo inclusive ocorrer em outros genes, como na neurofibromatose tipo 1.

    Embora inespecíficos, segundo o inventário para GIST do MD Anderson Cancer Center, além de sangramento digestivo, os sintomas que podem alertar para um GIST são anemia, problemas de pele, mal-estar geral, desconforto abdominal, inchaço ou plenitude abdominal (sensação de saciedade constante), dor muscular ou hematomas que surgem facilmente.  Ao apresentá-los, recomenda-se consultar um médico, que fará uma avaliação e poderá solicitar exames.

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