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Ponto G: nova cirurgia promete aumentar a satisfação sexual

Pacientes que passaram pelo procedimento afirmam que o prazer sexual aumentou

Por Da Redação
Atualizado em 25 abr 2018, 18h42 - Publicado em 25 abr 2018, 16h03

O ponto G, uma zona erógena na região vaginal conhecida por produzir orgasmos intensos quando estimulada, ainda é considerada por muitos especialistas e leigos como um “mito”. Mas, segundo informações da revista New Scientist, a importância para a vida sexual das mulheres é tão significativa que um procedimento cirúrgico foi desenvolvido para melhorar a sensibilidade da área e aumentar a satisfação sexual.

A cirurgia foi feita em três mulheres que disseram ter perdido a capacidade de atingir o orgasmo por estimulação vaginal depois de terem dado à luz. O procedimento, apelidado de spotplastia G, foi realizado por Adam Ostrzenski, cirurgião ginecológico americano que, em 2012, afirmou ter identificado o ponto G em um cadáver de uma mulher de 83 anos. De acordo com suas observações, o ponto G é um saco bem definido na parede vaginal frontal, que pode ser encontrado a poucos centímetros da abertura da vagina.

Entretanto, depois de sua descoberta, nenhum outro estudo foi capaz de produzir evidências conclusivas da existência dessa zona erógena.

Os resultados da cirurgia

A cirurgia, que utiliza apenas anestésico local e sedativo, consiste na retirada de um pequeno pedaço de tecido com formato de diamante, localizado no ponto G. Assim que esse tecido é removido, a parede da vagina é costurada novamente, tornando-a mais apertada. As três mulheres passaram pelo processo de remoção em 2013 e suas experiências foram acompanhadas e registradas nos anos seguintes.

Após o procedimento, as pacientes garantiram ter recuperado a capacidade de atingir o orgasmo vaginal – sem estimulação do clitóris – e passaram a ter relações sexuais com maior frequência. No entanto, como não houve placebo no estudo, a equipe não pode afirmar se as mesmas melhorias teriam acontecido ao longo do tempo sem a cirurgia.

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Segundo Devan Stahl, professora de Ética Clínica da Universidade Estadual do Michigan, nos Estados Unidos, ainda há um debate considerável sobre o ponto G. “Há pesquisadores que acreditam que não existe, outros que pensam que pode existir, mas apenas para algumas mulheres; e outros que acham não ser um único ‘ponto’ ou estrutura anatômica, mas sim um complexo de estruturas anatômicas variadas”, disse a New Scientist.

Alerta

A spotplastia G não é a única terapia de amplificação do ponto G disponível. Também existe uma injeção de colágeno, conhecida como “spot-G”, aplicada na vagina, e que garante melhorar a sensação na área. “As terapias de ponto G se tornaram um negócio multimilionário, prometendo aumentar o prazer sexual para as mulheres, praticamente sem evidências de que essas terapias funcionem fora do efeito placebo”, diz Devan.

De acordo com ela, a dificuldade em atingir orgasmos através da penetração vaginal é estatisticamente normal, mas está sendo tratada com uma disfunção patológica, reforçando para as mulheres sexualmente frustradas que o problema está no corpo delas. A especialista ainda recomenda que as mulheres sejam muito céticas quanto a essas ‘técnicas’ que visam o ponto G, já que, na busca de um ideal irrealístico do prazer feminino, elas podem pôr em risco a própria saúde.

Já Douglas McGeorge, cirurgião plástico e ex-presidente da Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos Estéticos, no Reino Unido, discorda desse posicionamento. Segundo ele, muitos médicos realizam procedimentos vaginais que apresentam problemas mínimos. “Muitas mulheres têm uma experiência prazerosa como resultado da estimulação da área que algumas pessoas chamam de ponto G. Se elas não estão alcançando essa mesma satisfação e sentem que é um problema, um pequeno procedimento como esse pode ajudá-las. E isso tem que ser uma coisa boa”, comentou.

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