Às vésperas da Semana Mundial de Aleitamento Materno, que se inicia nesta terça-feira, 1º, o Ministério da Saúde anunciou que Unidades Básicas de Saúde (UBSs) vão contar com salas de amamentação para auxiliar mães que trabalham e encontram dificuldade de tirar e guardar leite para alimentar seus bebês. A iniciativa está sendo implantada por meio de um projeto-piloto em postos de cinco estados e deve favorecer principalmente lactantes em empregos informais.
As salas estão sendo montadas em unidades de São Paulo, Distrito Federal, Pará, Paraíba e Paraná e foram anunciadas nesta segunda-feira, 31, no lançamento da campanha nacional de incentivo à amamentação com o tema “Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham”.
“O aleitamento é comprovadamente responsável pela redução da mortalidade infantil em muitos países, assim como no Brasil”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade. “Nem sempre amamentar é um ato simples. Então, estamos avançando nessa agenda que é de atenção especial às mulheres que trabalham e amamentam”, completou.
O projeto prevê que futuras UBSs já tenham as salas de amamentação em suas instalações quando seus quadros contarem com mais de quatro equipes de saúde. A ideia é fornecer um espaço adequado para que as mães possam retirar e armazenar o leite, pois há unidades próximas aos locais de trabalho e distribuídas em diferentes pontos nas cidades.
A meta do ministério é atingir a taxa de 70% de aleitamento materno exclusivo para os bebês de até 6 meses até 2030. Dados de 2021 do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) apontam que o índice é de 45,8%. Mesmo assim, é considerado uma conquista, tendo em vista que era de 3% no ano de 1986.
Atualmente, as crianças brasileiras são amamentadas, em média, até 1 ano e 4 meses. Nos anos 1970, a média era de 2 meses e meio. A recomendação vigente é de que os bebês recebam aleitamento exclusivo até os 6 meses e que a amamentação complemente a alimentação até os 2 anos ou mais.
Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que a amamentação é responsável pela redução de até 13% no risco de morte de crianças com menos de 5 anos no mundo por causas preveníveis. Isso porque reduz episódios de infecções e diarreias, principais causas de óbitos de recém-nascidos.
“Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária”, informou a pasta. Também traz benefícios para a saúde materna, diminuindo as chances de desenvolvimento de câncer de mama e de ovário.