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Qual é o efeito da vacina da Covid em grávidas infectadas pelas variantes?

Estudo compara os efeitos dos imunizantes em gestantes e puérperas e indica vacinação como melhor alternativa para reduzir efeitos adversos e mortes

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 out 2022, 15h32

Geralmente, a Covid-19 afeta as mulheres com menos gravidade do que os homens, mas existem duas exceções bastante significativas: durante a gravidez e no pós-parto. Ambos os fatores são de alto risco para o desenvolvimento de doença grave. Esse grupo também é mais propenso a precisar de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e ventilação invasiva, além de morrer. Para esses quadros, a melhor alternativa é a vacinação, que deve ser uma prioridade absoluta entre mulheres grávidas e pós-parto.

É o que mostra um novo estudo realizado por pesquisadores brasileiros, publicado no medRxiv*. A pesquisa também evidencia o impacto da vacinação nas taxas de infecção e gravidade na gravidez e pós-parto, além de comparar os efeitos dos imunizantes após a contaminação com as variantes gamma, delta e ômicron, mais transmissíveis e virulentas do que a cepa original e discutir como cada variante do SARS-CoV-2 afeta as mulheres durante esses períodos vulneráveis, dependendo de seu status de vacinação.

Para o levantamento, os pesquisadores utilizaram o Sistema de Informações sobre Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), banco de dados nacional onde buscaram pacientes obstétricas com Covid-19 que necessitaram de internação, entre 29 de dezembro de 2019 e 16 de julho de 2022. Incluiu mais de 12.000 mulheres, entre 10 e 50 anos, sendo que mais de 10.000 estavam grávidas e o restante no pós-parto.

Entre as pacientes não vacinadas no período pós-parto e infectadas com a cepa ancestral, os sintomas como febre, tosse, vômito e perda de paladar eram menos prováveis. No entanto, eram mais propensas a ter saturação de oxigênio reduzida e de serem internadas na UTI. Além disso, tiveram 2,5 vezes mais chances de ventilação invasiva e morte do que grávidas não vacinadas.

As que tiveram infecção por gamma, no mesmo grupo, tiveram 1,5 e duas vezes maiores chances de admissão na UTI e necessidade de ventilação invasiva ou morte, respectivamente, em comparação com gestantes não vacinadas. Com a vacinação, a probabilidade de óbito ainda era 2,5 vezes maior entre as puérperas.

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A variante delta pareceu causar o mesmo risco de desfechos adversos em puérperas e gestantes, independente do estado vacinal. No entanto, com a variante ômicron, o risco de admissão na UTI e ventilação invasiva foi mais que o dobro e o triplo, respectivamente, em puérperas não vacinadas em comparação com mulheres grávidas não vacinadas.

No grupo vacinado, a infecção por ômicron foi associada ao maior risco de dispneia, duas vezes o risco de redução da saturação de oxigênio e internação em UTI, e três vezes maior risco de ventilação invasiva entre puérperas em relação às gestantes.

A vacinação, porém, é diretamente relacionada à redução da probabilidade de internação na UTI pela metade, bem como a redução de 80% do risco de ventilação invasiva e/ou morte na gravidez ou puerpério em comparação com os grupos não vacinados.

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