Quarentena na cidade de São Paulo será prorrogada
De acordo com o secretário municipal de Saúde, restrições mais rígidas podem ser adotadas
A quarentena na cidade de São Paulo será prorrogada após o dia 10 de maio, segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, em entrevista ao Bom Dia São Paulo. Restrições mais rígidas também poderão ser adotadas para conter o avanço do coronavírus na cidade.
“Já há uma decisão tomada, nós não temos como relaxar as medidas de isolamento a partir do dia 10 de maio. Na capital é absolutamente impossível fazermos isso. Ao contrário, nós estamos iniciando uma discussão na prefeitura para que a gente possa fortalecer algumas dessas medidas para que a gente consiga fazer com que o isolamento na cidade possa crescer desse patamar de 48%”, afirmou o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.
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Clique e AssineDesde segunda-feira 27, bloqueios educativos são realizados em algumas vias da capital. Segundo Aparecido, esses bloqueios poderão ser endurecidos nas principais avenidas da cidade para desestimular as pessoas a saírem de casa, em especial em regiões onde a “pressão no sistema de saúde tem aumentado continuamente”. As novas medidas deverão ser apresentadas na semana que vem pelo prefeito Bruno Covas.
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Está prevista para 11 de maio o início da flexibilização da quarentena no estado de São Paulo. Entretanto, nos últimos dias, os índices de distanciamento social têm caído. O governador João Doria já afirmou mais de uma vez que se não houver manutenção dessa taxa acima de 50%, a data prevista para flexibilização poderá ser alterada. Além disso, o processo deverá ser gradual e não valerá para todas as cidades do estado ao mesmo tempo.
São Paulo é o epicentro da pandemia de coronavírus no Brasil e a maior parte dos casos está concentrada na capital. Até quarta-feira 29, 26.158 casos e 2.247 óbitos por Covid-19 foram confirmados no estado, sendo que 63,6% dos casos e 64% dos óbitos foram registrados na capital. O número de novos casos e de novos óbitos confirmados diariamente aumenta constantemente.
“O processo de agravamento da doença é contínuo. Nós já vínhamos em um crescimento de 10%, 15% ao dia, mas em uma velocidade controlada. Com o rebaixamento da adesão do isolamento da população, essa velocidade passou a ser muito mais acentuada, o que é um risco gravíssimo na saúde pública da cidade”, disse Aparecido ao Bom Dia São Paulo.
O secretário ainda lembrou que o reflexo da baixa adesão às medidas de isolamento não é algo imediato. “Nós estamos colhendo aquilo que a cidade plantou há pouco mais de 10 dias. Quando começou a haver uma circulação maior na cidade, o reflexo qual foi? Nesse final de semana, os números dispararam. O que está acontecendo agora, com uma circulação maior das pessoas nesta semana que nós estamos vivendo, o reflexo vai ser daqui a dez, quinze dias”, explicou Aparecido.