De acordo com um novo estudo publicado na terça-feira no periódico The Lancet, a Espanha tomará o lugar do Japão e será o país com maior longevidade em 2040. Segundo dados baseados na pesquisa Global Burden of Disease, que analisa 195 países, a expectativa de vida na Espanha em 2040 será de 85,8 anos, contra 82,9 anos em 2016.
Christopher Murray, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e líder do estudo, acredita que o avanço espanhol está associado a uma boa dieta. “O padrão alimentar pode desempenhar um papel fundamental, dada a prevalência da dieta mediterrânea na região europeia”, explicou ao The Guardian.
De acordo com o jornal britânico, o Ministério da Saúde da Espanha financiou estudo sobre os benefícios da dieta mediterrânea, conhecida por fornecer proteção cardiovascular e contra o câncer, ajudar a prevenir o diabetes e a obesidade, além de melhorar o funcionamento cerebral.
Melhores resultados
A previsão é que a expectativa de vida aumente, em média, 4,4 anos para homens e mulheres ao redor do mundo. Entre os melhores colocados, em seguida da Espanha, estão Japão, Cingapura , Suíça, Portugal, Itália, Israel, França, Luxemburgo e Austrália.
Alguns países apresentaram resultados positivos ao subirem de posição no ranking. Apesar da guerra civil, a Síria foi a nação que mais subiu na lista em termos globais, saindo de 137ª para 80ª. Isso acontece devido às propostas de modelos para a resolução dos conflitos no país. Ganhos significativos também foram registrados na Nigéria (de 157° para 123°) e na Indonésia (de 117° para 100°). Em cenários mais positivos, o estudo revelou que pelo menos 158 países podem verificar um salto de cerca de cinco anos; outros 46 registrariam até 10 anos a mais na média de vida.
Menor longevidade
Entre os países com alta renda, o maior declínio foi visto nos Estados Unidos, que registrou um aumento mínimo de 1,1 ano na expectativa de vida. Esse resultado fez a nação mais influente do mundo cair da 43ª posição para 64ª. Outros países que pioraram no ranking foram Canadá (de 17° para 27°), Noruega (12° para 20°), Bélgica (21° para 28°) e Holanda (15° para 21°).
A maior queda em números mundiais foi encontrado na Palestina, que saiu do 114° lugar para 152° em 2040. Longe do cenário positivo, as principais descobertas mostraram que a longevidade podem diminuir em quase metade dos países, com apenas 57 registrando aumento de um ano ou mais.
Outros países com classificação mais baixa – como Lesoto, Suazilândia, República Centro-Africana e África do Sul – mostraram queda de até 30 anos. Isso se deve em grande parte a fatores socioeconômicos como fertilidade, renda per capita, acesso à água potável e taxas de educação. Ainda assim, os autores dizem que não é tarde demais para mudar esses resultados.
Causas de morte
Há previsão de aumento na mortalidade por ferimentos, como acidentes automobilísticos, e doenças não transmissíveis, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doença renal crônica, Alzheimer, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes, câncer de pulmão e outros problemas de saúde ligados à obesidade.
Os principais fatores que contribuem para essas mortes são hipertensão, índice de massa corporal (IMC) elevado, maior taxa de açúcar no sangue, consumo de tabaco e álcool e poluição do ar. A mortalidade por HIV/Aids também pode interferir nos ganhos de longevidade, principalmente em nações da África Subsaariana.