Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Raiva humana: o que está provocando seu ressurgimento no Brasil?

Só em 2023, duas mortes por raiva em seres humanos foram registradas no país. Nova campanha alerta para a volta do problema

Por Diego Alejandro
Atualizado em 12 jun 2023, 10h30 - Publicado em 31 Maio 2023, 17h54
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ao menos dois homens contraíram raiva no Brasil neste ano: um após o contato com um bezerro infectado em Mantena (MG) e outro após ser mordido por um sagui em Cariús (CE). Ambos morreram. Os números são tímidos comparados à realidade mundial – 59 mil pessoas por ano sucumbem pela doença.

    Contudo, por mais rara que seja a infecção, especialistas brasileiros estão preocupados com o cenário atual por ele representar um aumento desde 2022, com cinco novos casos entre humanos desde então. Afinal, o que pode estar causando a ressurgência da raiva no país?

    A doença é transmitida a partir do contato de seres humanos com animais infectados pelo vírus Lyssavirus, da família Rabhdoviridae. Isso pode acontecer por mordidas, arranhões ou contato com a saliva do animal contaminado. No organismo, o patógeno começa a se multiplicar, o que pode acontecer em ritmo mais lento ou rápido. O perigo é quando a doença chega às terminações nervosas.

    O período de incubação varia de um mês a dois anos após a exposição. Nessa janela de tempo, o vírus pode atacar o cérebro e levar à morte. De 2010 a 2 de agosto de 2022, foram 45 ocorrências no Brasil.

    “Percebe-se que a população não sabe identificar quando há o risco de infecção por raiva. Portanto, não procura assistência. A doença não tem cura, mas pode ser prevenida mesmo após os acidentes com animais se a pessoa receber cuidados imediatos”, explica Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e coordenadora da Campanha Raiva Mata. “Não adianta esperar os sintomas aparecerem. Aí não há mais o que fazer.”

    Nas regiões urbanas, a raiva humana é mais comumente transmitida por morcegos e — eventualmente — cães e gatos. Em ambientes rurais e silvestres, cavalos e raposas também levantam o alerta.

    Continua após a publicidade

    Dos 45 casos nacionais, segundo os dados mais recentes do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, 24 foram causados por morcegos. “A maioria encontra um morcego morto no seu quintal e descarta o corpo sem proteção e num lugar inapropriado. Mesmo morto, ainda é um vetor para a doença. Não é só aquele que morde que causa a raiva, todos podem ser infectados”, avisa Ballalai.

    Sintomas e evolução

    Em cerca de 80% dos casos, os sintomas são semelhantes:

    Quando o quadro clínico evolui, as pessoas podem apresentar:

    Continua após a publicidade

    Se não prevenida a tempo, a raiva é uma doença fatal em quase 100% dos casos, mesmo com assistência médica

    Como evitar

    A prevenção se dá, principalmente, pela vacinação anual de cães, gatos e animais de pasto. Métodos envolvendo o controle populacional de bichos errantes, como morcegos, e o uso da vacina em pessoas suscetíveis (biólogos, veterinários, camponeses) são outras formas de conter a doença.

    É imprescindível que, após um caso suspeito, o indivíduo lave, apenas com água e sabão, a região que entrou em contato com o animal e procure assistência médica imediata. No centro de saúde, o profissional avaliará quais serão os próximos passos, que pode envolver doses da imunoglobulina humana antirrábica, algo que não deve ser interrompido, soro heterólogo ou a vacina.

    Continua após a publicidade

    Porém, o soro antirrábico tem registrado baixos estoques no país e levado estados a reforçar o alerta sobre o uso racional do produto. Segundo o Ministério da Saúde, o problema ocorre desde 2015, e voltou a registrar alerta na pandemia.

    Em 2022, a Secretaria de Saúde de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, afirmou ter seu estoque zerado após uma intercorrência na produção da solução provocar a suspensão da fabricação pela Fundação Butantã, único fornecedor do produto.

    Para obter mais informações, acesse o site da campanha da SBIm. 

    Compartilhe essa matéria via:
    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.