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Remédio para demência ligada ao Parkinson recebe aval para oferta no SUS

Droga é o único medicamento com registro específico para o tratamento da condição, observada em 30% dos pacientes com a doença neurodegenerativa

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 jun 2024, 14h49

A demência relacionada com a Doença de Parkinson é uma condição que acomete até 30% dos pacientes e pode passar a ser tratada com um medicamento específico para a condição e com oferta gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS). A rivastigmina, único fármaco que possui registro específico para o tratamento da condição no país, recebeu aval da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) e uma portaria com a decisão do Ministério da Saúde deve ser publicada nos próximos dias, segundo a pasta.

A comissão decidiu recomendar o medicamento com base em evidências de que a rivastigmina têm se mostrado eficaz para o controle dos sintomas cognitivos nos pacientes com Parkinson, doença neurodegenerativa que afeta os movimentos. A demência ligada à condição pode desencadear déficit de atenção, problemas de memória, lentidão dos pensamentos, alucinações delírios e apatia, de acordo com a Conitec.

“Nesse caso, não há tratamento medicamentoso disponível no SUS e apenas a rivastigmina tem indicação em bula e é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa finalidade”, informou, em comunicado, o órgão.

Benefício para os pacientes

O tremor e a dificuldade para executar tarefas que envolvam o movimento, inclusive andar, costumam ser os sintomas mais associados ao Parkinson, mas as manifestações cognitivas têm fortes impactos na qualidade de vida e a possível oferta gratuita deve beneficiar os pacientes.

“A a gente já usa essa droga para o Alzheimer e muitos estudos mostram que ela também funciona para demência relacionada ao Parkinson. Essa doença faz com que o paciente tenha mais possibilidade de apresentar depressão e dificuldades na fala”, explica Augusto Coelho, neurologista especialista em distúrbios do movimento e membro da comissão científica da Associação Brasil Parkinson (ABP).

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“Alguns pacientes já recebiam, porque também tinham o diagnóstico de Alzheimer, mas é importante lembrar que o Parkinson é uma condição com importância epidemiológica, é a segunda doença neurodegenerativa mais comum e com prevalência alta, principalmente com o envelhecimento da população”, diz. A doença não tem cura.

Tratamento no SUS

De acordo com o Ministério da Saúde, o SUS conta com tratamentos medicamentosos e fisioterapêuticos, implantes de eletrodos e geradores de pulsos para estimulação cerebral. Para os pacientes em reabilitação, há ainda a oferta de andadores e cadeiras de rodas.

“Cabe destacar que existe ainda a possibilidade de realização de cirurgia para implante de estimulador cerebral profundo para melhor controle da doença, não sendo um procedimento curativo”, disse, em nota.

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O Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS indica que foram realizados 51.255 procedimentos relativos ao tratamento do Parkinson no SUS entre janeiro de 2023 e abril de 2024.

O relatório analisado pela Conitec aponta que há 100 a 200 casos da doença para cada 100 mil indivíduos com mais de 40 anos.

O remédio mais utilizado para o tratamento é o Levodopa/carbidopa, medicamento combinado que aumenta a quantidade de dopamina. Entenda abaixo o mecanismo da doença:

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