Saiba tudo sobre a Arcturus, nova subvariante do coronavírus
Segundo especialistas, não há evidências de maior transmissibilidade e vacinas continuam sendo a melhor forma de combater a doença, inclusive a nova cepa
Uma nova subvariante da ômicron, XBB. 1.16 ou Arcturus, foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma “variante a ser monitorada”. A nova cepa do coronavírus que provoca a Covid-19 é a responsável por um significativo crescimento de casos na Índia e já se espalha em cerca de 29 países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália.
Detectada pela primeira vez em Botsuana, na África, em janeiro, a Arcturus correspondia a 3,96% das infecções pelo mundo em março, segundo a OMS, mas ainda não há evidências de que seja mais transmissível ou letal do que as anteriores. Trata-se, na verdade de uma cepa muito parecida à sua anterior, XBB. 1.5. “Na verdade, ela não tem nada de especial. É mais uma das subvariantes da ômicron, e não tem nada no padrão genômico dela que mostre ter mais transmissibilidade ou letalidade”, afirma Paulo Brandão, virologista da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo o especialista, o que pode acontecer é que a subvariante seja mais transmitida, mas isso depende do comportamento e do estado vacinal das pessoas. “Não tem evidência laboratorial ou epidemiológica de que ela seja mais transmissível. E em termos de periculosidade, ela não causa nenhum sintoma que a gente não tenha visto em Covid-19, ou seja, não tem nada de diferente na questão da virulência”, completa.
Por conta da disseminação da Arcturus, porém, vários estados indianos decretaram o retorno do uso obrigatório de máscaras no país. De acordo com a OMS, atualmente é a variante que se espalha com mais rapidez, mas as vacinas continuam sendo a melhor forma de prevenção e combate à doença. “Tanto a vacina original quanto a atualizada protegem contra qualquer uma das variantes. O mais importante é ter o esquema vacinal completo, com todas as doses de reforço”, recomenda o virologista.
O infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), concorda: “Para as formas graves da doença, a vacina confere proteção, mesmo contra as novas subvariantes da ômicron, assim como para todas as outras que surgiram”, diz o médico, que acrescenta. “As variantes existem e vão continuar existindo, mas não há nenhuma perspectiva de que essa subvariante altere substancialmente testes diagnósticos, imunidades de vacina ou mesmo, infecções mais graves. As vacinas atualizadas tendem a ter uma performance melhor para os indivíduos mais vulneráveis, mas o esquema vacinal completo garante a proteção”.