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Saúde amplia público para uso de vacinas da dengue perto do vencimento

Medida só poderá ser adotada em municípios com montante a vencer em 30 de abril; prioridade será para faixa etária de 6 a 16 anos. Entenda

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 13h11 - Publicado em 18 abr 2024, 11h29

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira, 18, que doses da vacina Qdenga, imunizante contra a dengue que está sendo aplicado na população de 10 a 14 anos, poderão ser aplicadas em outras faixas etárias em municípios com alto número de unidades perto do vencimento. A recomendação é de que seja priorizada a população de 6 a 16 anos para doses a vencer em 30 de abril, mas, se a baixa adesão continuar, a ampliação poderá contemplar pessoas de 4 a 59 anos, grupo liberado para ser vacinado de acordo com os critérios de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Estamos ampliando, de forma temporária, a faixa etária para as vacinas da dengue que vencem no dia 30 de abril nos municípios que estejam com risco de perdê-las. Em um primeiro momento, orientamos que elas sejam estendidas às crianças e jovens de 6 a 16 anos”,  comunicou, por meio das redes sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

De acordo com a pasta, o montante com data próxima ao vencimento faz parte de um quantitativo doado ao Brasil pela farmacêutica Takeda, fabricante da vacina, e que a estratégia é temporária. A medida foi definida em reunião da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI).

O ministério destacou que todos os vacinados vão receber a segunda dose do imunizante. “Essa estratégia é apenas para as vacinas que possuem prazo de validade em 30 de abril. Ou seja, as cidades que não tiverem mais doses desse lote permanecem com o público recomendado anteriormente, de 10 a 14 anos”, informou, em nota, Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI).

Surto de dengue

Em 2024, o país bateu bateu os recordes de episódios e mortes pela doença da série histórica com dados desde o ano 2000. Até o momento, o Brasil registrou 3.310.484 casos da doença causada pelo mosquito Aedes aegypti. Em todo o ano passado, foram 1.658.816. Antes disso, a maior crise da doença tinha ocorrido em 2015, quando foram feitas 1.688.688 notificações.

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Em relação às mortes, o ano passado mantinha o recorde, com 1.094 óbitos, seguido por 2022, que registrou 1.053. Agora, o painel de monitoramento das arboviroses do Ministério da Saúde contabiliza 1.457 mortes. Há 1.929 mortes em investigação.

A forte alta de casos de dengue é notada desde as primeiras semanas de 2024 e, em menos de três meses, o número de casos no país já ultrapassou os registros de todo o ano de 2023.

No início de fevereiro, o ministério divulgou a estimativa de que o número de casos de dengue no país pode chegar a 4,2 milhões em 2024, índice que seria um recorde.

Vacina contra a dengue

O Distrito Federal e o estado de Goiás foram os primeiros a receber doses da vacina contra a dengue, dando início à campanha de imunização que, no momento, está concentrada na faixa dos 10 aos 14 anos de idade. Além dessas localidades, Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins também receberão doses, que seriam distribuídas, inicialmente, a 521 municípios. Como doses não foram utilizadas e algumas estavam perto do vencimento, o ministério fez uma redistribuição e incluiu novas cidades na lista.

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O ministério informou que a terceira remessa da vacina da dengue contemplou 686 municípios do país e, até o momento, 930 mil doses foram distribuídas.

“A pasta adquiriu todo o estoque disponível de vacinas contra a dengue para 2024 e 2025. Até o final deste ano, o Brasil receberá 5,2 milhões de doses, além da doação de 1,3 milhão de doses. Isso permitirá a vacinação de 3,2 milhões de pessoas com as duas doses que completam o esquema vacinal.”

Eles foram selecionados por serem locais com mais de 100 mil habitantes que estão com predominância do sorotipo 2 da doença e tiveram números altos de notificações desde o ano passado. Também são pontos que registraram índices elevados de infecção nos últimos dez anos.

O grupo prioritário foi escolhido por ser o mais afetado por episódios que levam à internação.

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Em outubro do ano passado, a OMS recomendou a vacinação contra a doença com foco principalmente em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em países endêmicos, caso do Brasil. Por aqui, o imunizante Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) meses antes, em março.

O Ministério da Saúde seguiu a recomendação da entidade e vai ofertar o imunizante para essa faixa etária. Com a medida, o Brasil se tornou o primeiro país a incluir a vacina no sistema público de saúde.

Reações adversas da vacina

O Ministério da Saúde apresentou esclarecimentos sobre uma nota técnica com dados sobre eventos adversos relacionados à vacina contra dengue, a Qdenga, incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aplicada no público de 10 a 14 anos.

Segundo o documento, entre as 365 mil doses aplicadas das redes pública e privada, foram relatadas 529 notificações, das quais 70 foram reações alérgicas, como hipersensibilidade e anafilaxia.

Os casos são considerados raros e especialistas recomendam que os pais continuem levando os filhos aos postos de vacinação para protegê-los contra a infecção causada pelo mosquito Aedes aegypti.

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