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Sociedade médica solicita ao SUS inclusão de injeção preventiva contra o HIV

Para Sociedade Brasileira de Infectologia, PrEP injetável é estratégia revolucionária para melhorar a adesão entre grupos vulneráveis

Por Victória Ribeiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 set 2025, 17h00

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) encaminhou à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) um parecer técnico recomendando a inclusão do cabotegravir de longa ação como opção de profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV. Aplicado por injeção intramuscular a cada dois meses, o medicamento, já disponível na rede privada, tem se mostrado mais eficaz em termos de adesão do que a PrEP oral diária, oferecida pelo SUS desde 2017.

“O uso contínuo de comprimidos pode ser um desafio para muitas pessoas, e a adesão é decisiva para o sucesso de qualquer medida preventiva”, destaca o documento.

O infectologista Alexandre Naime Barbosa, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), reforça que a intenção não é substituir a PrEP oral, que continua eficaz, mas oferecer uma segunda opção, especialmente para grupos vulneráveis. “Estamos falando de pessoas que vivem em regiões de difícil acesso, em situação de rua ou profissionais do sexo, que muitas vezes não conseguem pegar a PrEP oral com regularidade. Para essas pessoas, o cabotegravir representa uma verdadeira evolução em termos de prevenção.”

Estudos de implementação, como o ImPrEP CAB Brasil, conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Ministério da Saúde, confirmam esse potencial. “Na prática, a PrEP injetável funciona melhor justamente onde a adesão é menor. É a chance de alcançar quem hoje está menos protegido”, afirma Barbosa. Outras pesquisas realizadas no Brasil mostram que a modalidade injetável é bem aceita: entre participantes de 18 a 29 anos, 83% preferiram o cabotegravir; em outro estudo com adolescentes de 15 a 19 anos, os principais motivos para optar pela injeção foram não precisar tomar comprimidos diariamente nem carregar a medicação. Entre os que já utilizavam a PrEP oral, 14% migraram para a versão injetável.

O dossiê enviado à Conitec contou com a assinatura conjunta da SBI e da GSK, farmacêutica responsável pelo cabotegravir, cujo nome comercial é Apretude. “É uma iniciativa inédita no país”, diz Barbosa. Ele ressalta que a parceria visa reforçar a legitimidade da recomendação. “A indústria farmacêutica tem seus interesses de lucro, claro, mas quando uma sociedade médica apresenta evidências científicas sobre o aumento da proteção, isso dá peso à proposta”.

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Custo ainda é desafio

O cabotegravir ainda enfrenta o obstáculo do preço, significativamente mais alto que o da PrEP oral. A avaliação da Conitec deverá considerar o custo-efetividade: o investimento pode ser compensado pela redução de gastos com tratamento de pessoas infectadas. Segundo o especialista da SBI, a indústria submeteu valores alinhados a experiências de países de baixa renda, o que aumenta as chances de incorporação.

Embora o processo esteja em fase inicial e sem prazo definido para decisão, a SBI acredita que a incorporação do cabotegravir manteria o protagonismo do Brasil no enfrentamento ao HIV. Além da África, países como Estados Unidos e Reino Unido já oferecem o medicamento em seus sistemas de saúde. A reportagem solicitou posicionamento da Conitec e aguarda retorno.

Como funciona o cabotegravir

O medicamento é indicado para adultos e adolescentes a partir de 12 anos, com peso mínimo de 35 kg e teste negativo para HIV antes do início do uso. O esquema inicia com duas doses mensais e, posteriormente, passa para aplicações bimestrais de 600 mg por via intramuscular. 

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Farmacologicamente, o cabotegravir pertence à classe dos inibidores da integrase (INSTI), que impedem a integração do DNA viral do HIV ao material genético das células de defesa, bloqueando um passo crucial para a replicação do vírus e o estabelecimento da infecção crônica. Vale lembrar que HIV e AIDS não são sinônimos: o HIV é o vírus, enquanto a AIDS é a consequência de uma infecção prolongada e não tratada.

Para Barbosa, disponibilizar o medicamento na rede pública não é apenas uma questão de acesso, mas também de eficiência econômica. “Embora haja um custo inicial para fornecer a PrEP injetável, investir na prevenção pode reduzir significativamente o número de novas infecções, evitando os altos gastos associados ao tratamento ao longo da vida”, afirma.

Na rede privada, a dose da PrEP injetável custa cerca de R$ 4 mil, podendo variar conforme o canal de compra, a região e os serviços de aplicação.

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