Na noite deste domingo 7, às 20h, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um pronunciamento oficial, em cadeia nacional de rádio e televisão, sobre a recente decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) em decretar o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional para a Covid-19, na última sexta-feira, 5.
“Depois de passarmos por esse período tão doloroso, nosso país recebeu essa notícia com esperança, mas ainda vamos conviver com a Covid-19, que continua evoluindo e sofrendo mutações. Com a predominância em todo o mundo da variante ômicron e suas sublinhagens, temos uma redução progressiva do número de hospitalizações e óbitos, resultados da proteção da população pelas vacinas”, disse a ministra. “Neste cenário entende-se que o momento indica uma transição do modo de emergência para um enfrentamento continuado como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas que vão continuar. Portanto, devemos manter os cuidados, os sistemas de vigilância, diagnósticos, redes de assistência e vacinação, que precisam ser fortalecidos”.
Nísia também aproveitou para fazer um alerta. um alerta pela intensificação da vacinação. Segundo ela, as hospitalizações e óbitos pela Covid-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas. “Por essa razão, o Ministério da Saúde, ao lado dos estados e municípios, realiza desde fevereiro o movimento nacional pela vacinação de reforço para Covid-19, a forma mais eficaz e segura de proteger a nossa população”, enfatizou.
A ministra também crítiou a postura do governo de Jair Bolsonaro, que incentivou o negacionismo e pregou contra a vacinação. “O pior impacto foi a perda de tantas vidas e saber que muitas poderiam ter sido salvas, disse. “Infelizmente, no Brasil perdemos mais de 700 mil pessoas, mas outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência, se tivessem sido seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país”.
Nísia encerrou seu pronunciamento com um agradecimento em nome dela e do presidente Lula aos profissionais da saúde, aos governantes que foram contra o negacionismo e incentivaram a vacinação e aos cientistas, institutos e laboratórios que fabricaram as vacinas. “As vacinas foram responsáveis por salvar vidas, então devemos agradecer ao cientistas, aos laboratórios que a desenvolveram e as produziram, as nossas universidades e institutos de pesquisa não mediram esforços na busca de soluções, aos governadores e prefeitos que não se deixaram levar pelo negacionismo e contribuíram decisivamente para o enfrentamento da pandemia e também a sociedade civil que se engajou nesse processo, apesar do negacionismo, os ataques à ciência e a política de descaso”.