O índice de resultados positivos de testes para Covid-19 passou de 14% para 26% em um mês no Brasil, segundo um levantamento divulgado nesta quinta-feira, 2, pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS). O balanço foi feito com dados de 28 de janeiro a 25 de fevereiro e aponta a primeira onda de casos deste ano, que pode ter sido impulsionada por picos de aglomeração do período, marcado pelo verão e pelo carnaval.
O levantamento mostrou ainda que a sublinhagem XBB da variante de preocupação ômicron foi identificada em 94,7% das amostras positivas e substituiu a BQ.1, que ficou conhecida no ano passado como Cérbero ou “Cão do Inferno”. O ITpS analisou testes dos laboratórios particulares Dasa, DB Molecular, HLAGyn e Sabin.
Segundo o instituto, uma característica dessa onda é que o crescimento se deu em um intervalo menor do que o observado em 2022, quando uma alta acontecia após seis a sete semanas de índices de positividade abaixo de 10%.
“Isso provavelmente ocorreu porque as ondas anteriores e atual foram causadas por subvariantes com perfil genético bastante diferente. Além disso, eventos com grandes aglomerações também podem ter acelerado a substituição da BQ.1 pela XBB”, explicou, em nota, Anderson Brito, pesquisador científico do ITpS.
Segundo os dados, houve aumento de registros positivos em testes em todas as faixas etárias, mas foi maior entre as pessoas de 40 a 59 anos e idosos até 79 anos.
“O aumento da positividade não levará necessariamente a um crescimento de hospitalizações, uma vez que boa parte da população está vacinada”, informou o instituto. A entidade recomenda que a população mantenha a vacinação contra a Covid-19 em dia e que os grupos prioritários, como idosos e imunossuprimidos, participem da nova etapa da campanha de imunização, com as doses bivalentes, iniciada na última segunda-feira, 27.