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Uso prolongado de melatonina para dormir pode ter efeitos negativos; entenda

Ainda preliminar, estudo com 130.828 adultos encontrou relação entre suplemento e riscos cardiovasculares; pesquisadores sugerem mais análises

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 nov 2025, 17h05 - Publicado em 4 nov 2025, 16h25

Disponíveis em farmácias em vários países, inclusive no Brasil, os suplementos de um hormônio produzido pelo próprio organismo parecem ser uma solução mais amena para resolver o problema da insônia, mas a melatonina não é inócua e deve, sim, ser administrada com orientação de um especialista. Um novo estudo, ainda preliminar, sugere que é preciso estar ainda mais atento com o seu uso indiscriminado. A análise de 130.828 adultos que fizeram o uso prolongado da substância mostrou associação com um risco mais elevado de problemas no coração, como insuficiência cardíaca ou hospitalização e morte por essa doença em pessoas que vivem com insônia crônica. Mais avaliações serão necessárias, segundo os pesquisadores, para dados robustos sobre a segurança do suplemento para o coração.

O estudo, que será apresentado em uma das sessões científicas de um evento da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês) na próxima semana, avaliou cinco anos de registros de saúde de pessoas com insônia que usaram melatonina por, ao menos, um ano. Os dados foram comparados com os de pessoas também com insônia que não utilizaram o suplemento.

Foi assim que o grupo encontrou uma probabilidade 90% maior de eles receberem um diagnóstico de insuficiência cardíaca em cinco anos. Uma análise secundária mostrou probabilidade de 3,5 vezes maior de hospitalização e de duas vezes mais de morte por qualquer causa em comparação com pacientes que não usavam melatonina — também em um período de cinco anos.

É importante destacar que se trata de uma pesquisa preliminar que aponta associação, logo, não é capaz de comprovar uma relação de causa e efeito, por isso, será necessário se aprofundar mais sobre o tema.

De qualquer forma, os cientistas levantaram o debate diante da ampla comercialização da versão sintetizada do hormônio voltada à promoção do sono e ao combate à insônia que, muitas vezes, é adotada sem indicação médica.

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Isso ocorre, em parte, porque dormir se tornou um problema na atualidade. O aumento da ansiedade e da depressão, sobrecarga no trabalho, problemas financeiros, doenças e até os efeitos das mudanças climáticas estão perturbando o sono da população, que já era afetado por hábitos inadequados, como exposição a dispositivos eletrônicos à noite.

“Os suplementos de melatonina podem não ser tão inofensivos quanto se costuma pensar. Se o nosso estudo for confirmado, isso poderá afetar a forma como os médicos aconselham os pacientes sobre os auxiliares do sono”, disse, em comunicado, Ekenedilichukwu Nnadi, autor principal do estudo e residente chefe de medicina interna na Suny Downstate/Kings County Primary Care, em Nova York.

Estudo precisa ser aprofundado

Embora os índices surpreendam, esse estudo não deve causar pânico em quem utiliza o suplemento, principalmente com indicação médica. Isso porque ele tem limitações, como possíveis imprecisões sobre o nível de gravidade da insônia e diagnóstico de transtornos psiquiátricos, além de carência de dados sólidos sobre uso do produto em países que não exigem prescrição, caso dos Estados Unidos.

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“Insônia mais grave, depressão, ansiedade ou o uso de outros medicamentos para melhorar o sono podem estar relacionados tanto ao uso de melatonina quanto ao risco cardíaco”, explicou Nnadi. “Além disso, embora a associação que encontramos levante preocupações sobre a segurança do suplemento amplamente utilizado, nosso estudo não pode comprovar uma relação direta de causa e efeito. Isso significa que mais pesquisas são necessárias para testar a segurança da melatonina para o coração.”

Quem atua com a medicina do sono acredita que o estudo demonstra a importância de não fazer uso de suplementos, especialmente em períodos prolongados, sem indicação de especialistas.

“A melatonina não deve ser usada de forma indiscriminada, pois não existem estudos a longo prazo mostrando efeitos colaterais e possíveis malefícios. Esse estudo levanta um sinal de alerta para possíveis efeitos deletérios”, explica Gustavo Moreira, diretor clínico do Instituto do Sono.

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Segundo Moreira, há possíveis eventos que podem justificar a associação encontrada no estudo. “A ação da melatonina em receptores da porção elétrica do coração pode provocar uma redução da frequência cardíaca e possível queda da pressão arterial, o efeito da melatonina nos canais de cálcio e potássio, causando redução da contração do coração, e interação com outras medicações que são metabolizadas no fígado”, explica. “Os profissionais de saúde devem tomar cuidado com o uso da melatonina e explicar com detalhes os possíveis malefícios para os pacientes”, finaliza.

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