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Vacina contra a dengue será aplicada no SUS em 2024

Ministério da Saúde incorporou o imunizante no PNI. Vacinação deve começar por grupos prioritários e regiões de maior foco da doença

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 dez 2023, 19h16 - Publicado em 21 dez 2023, 19h11

Nesta quinta-feira, 21, o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o Brasil o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde.

Trata-se da vacina QDENGA®, da farmacêutica japonesa Takeda Pharma, que a princípio não será oferecida em grande escala pela capacidade restrita de doses do laboratório. Serão 50 milhões de doses fornecidas em 5 anos, com previsão de entrega de 8,5 milhões em 2024, como adiantou VEJA na quarta-feira, 20 sobre as novas vacinas que farão parte do calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

As estratégias de vacinação ainda serão definidas pelo governo, que deve começar por público e regiões prioritárias, onde há mais focos da doença. “O Ministério da Saúde avaliou a relação custo-benefício e a questão do acesso, já que em um país como o Brasil é preciso ter uma quantidade de vacinas adequada para o tamanho da nossa população. A partir do parecer favorável da Conitec (Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), seremos o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina, como um imunizante do SUS”, disse a Ministra da Saúde, Nísia Trindade. “E, até o início do ano, faremos a definição dos públicos alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, completou.

Sem histórico de Dengue

A QDENGA® é uma vacina de vírus atenuado e indicada a indivíduos de quatro a 60 anos de idade. “Além da eficácia de 80% para a dengue, e 90% para as formas graves, a QDENGA® supera as limitações da vacina anterior, a Dengvaxia©, já que elimina dois grandes obstáculos: o esquema vacinal é mais rápido, com a aplicação de duas doses em um intervalo de três meses, e não exige testagem prévia pois pode ser aplicada em qualquer indivíduo, diferente da anterior que só serve para quem já teve dengue”, explica Renato de Ávila Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que já havia recomendado a vacina para crianças.

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Recorde de Mortes

Após marca em 2022, o Brasil ultrapassou novamente mil mortos pela dengue neste ano, de acordo com atualização do painel de arboviroses do Ministério da Saúde. Até 18 de novembro, foram 1.037 mortes – com casos ainda em investigação –, atrás apenas de 2022, quando foram registradas 1.053 mortes.

Antes, o período com mais fatalidades era 2015, quando o país contabilizou 986 vidas perdidas.

 

 

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