Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Vacina contra hanseníase recebe aval da Anvisa para testes em humanos

Candidata a imunizante, LepVax será testada em pessoas de 18 a 55 anos que nunca tiveram a doença; condição causa lesões na pele e nos nervos

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 out 2024, 20h19

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta segunda-feira, 14, o início dos testes em humanos com uma candidata a vacina inédita contra a hanseníase, doença conhecida no passado como “lepra” e responsável por lesões na pele e nos nervos. Batizado como LepVax, o imunizante será testado em pessoas de 18 a 55 anos que nunca tiveram a doença pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O Brasil é o segundo país com mais casos da infecção no mundo — a Índia lidera –.

“O Brasil concentra 90% dos casos de hanseníase das Américas. A cada quatro minutos, é registrado um novo caso de hanseníase no mundo. A OMS já apontou que precisamos de novas ferramentas para controle e as pessoas afetadas pela hanseníase merecem uma vacina”, disse, em comunicado, Verônica Schmitz, líder científica do ensaio clínico da LepVax e chefe substituta do Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Nesta etapa, um ensaio clínico fase 1b, serão incluídos 54 participantes sadios e o objetivo será avaliar segurança, tolerabilidade e imunogenicidade (capacidade de ativar resposta imune). Segundo a Anvisa, eles vão receber doses intramusculares de 2 μg ou 10 μg e serão observados os resultados nos dias 0, 28 e 56.

“A fase pré-clínica e a fase 1a do desenvolvimento clínico foram realizadas nos Estados Unidos e a vacina foi considerada segura e bem tolerada em adultos saudáveis quando administrada por via intramuscular em todas as doses testadas”, informou, em nota, a agência.

Vacina pioneira

De acordo com a Fiocruz, a LepVax é a primeira vacina desenvolvida como foco na bactéria Mycobacterium leprae, causadora da hanseníase. Em camundongos, ela demonstrou ser capaz tanto de prevenir quanto tratar a doença.

Continua após a publicidade

“A eliminação sustentada da hanseníase enquanto problema de saúde pública requer uma vacina. Neste cenário, a LepVax surge como uma vacina profilática e terapêutica, que poderá contribuir para as metas de controle da doença”, afirmou, também em comunicado, a chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC, Roberta Olmo.

O desenvolvimento desse candidato a imunizante é um esforço coletivo. O projeto teve inicio em 2002 com o financiamento realizado pela entidade filantópica American Leprosy Missions (ALM) e desenvolvimento do Access to Advanced Health Institute (AAHI), ambos dos Estados Unidos. Do Japão, vieram apoio do Global Health Innovative Technology Fund’ (GHIT Fund) e da Fundação de Saúde Sasakawa. E o Brasil teve como patrocinadores o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e o Ministério da Saúde.

Entenda a hanseníase

Doença conhecida há mais de 4 mil anos, a hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae e passa de pessoa a pessoa por meio de tosse, espirro ou fala. A infecção causa lesões manchas brancas, avermelhadas ou acastanhadas na pele, mas elas não são contagiosas. Mesmo assim, causou manifestações de preconceito ao longo dos anos e se tornou um exemplo a não ser seguido diante de doenças infecciosas.

Continua após a publicidade

Os pacientes costuma apresentar sensibilidade nas lesões, formigamento nas mãos e pés e nódulos pelo corpo. Também têm comprometimento dos nervos.

O tratamento é ofertado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e é realizado com a associação de três antimicrobianos (rifampicina, dapsona e clofazimina), terapia denominada Poliquimioterapia Única (PQT-U) com duração de seis meses a um ano, dependendo do tipo de hanseníase.

A hanseníase é uma doença negligenciada e estigmatizada, mas que enfrenta um processo de educação da sociedade para compreensão de que impacta a vida dos pacientes e atinge populações negligenciadas, as que mais precisam de suporte. No Brasil,  entre 2014 a 2023, foram registradas quase 245 mil novas infecções, segundo o Ministério da Saúde. No ano passado, foram 22.773 novos casos.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.