Vacina: o plano da Pfizer para lidar com desafio da refrigeração no Brasil
Imunizante da Covid-19 requer armazenamento a cerca de 75 graus negativos, algo inédito ao sistema nacional
Aprovada em caráter emergencial no Canadá e no Reino Unido, a vacina para Covid-19 da Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech ensaia uma entrada no mercado brasileiro por meio de um termo de compromisso de compra de 70 milhões de doses a serem entregues em 2021.
Para que seja aplicada com segurança no país, o imunizante precisar ser acondicionado a cerca de 75 graus negativos, um valor impraticável para a rede de resfriamento do Brasil. A solução encontrada pela empresa para transportar o item em segurança é uma caixa de transporte com gelo seco. O item comporta até 5.000 doses por vez. “A novidade é que ela consegue ser mantida na temperatura necessária por 30 dias, antes acreditávamos que seria por 15 dias”, diz a diretora médica da Pfizer, Márjorie Dulcine.
Com a mudança do “prazo de validade” do método de transporte, é possível que a caixa comporte duas doses de aplicação do imunizante para 2.500 pessoas, respeitando a necessária pausa de 21 dias. Caso o acordo seja efetivado, a empresa se comprometeu a entregar a vacina nos locais previamente estabelecidos pelo Ministério da Saúde, o que permite que o armazenamento na caixa se dê só quando o imunizante for incluído na rede brasileira.
O funcionamento da caixa prevê que se troque o gelo seco a cada cinco dias, no total de 30 dias. A caixa não é reutilizável pelos próprios meios de vacinação, mas é recolhida pela empresa. Além disso, a conservação em geladeira da vacina (com temperaturas entre 2 e 8 graus) é de cinco dias.
Nesta quinta-feira, 10, o Brasil registrou uma média móvel de 42.102,1 novos casos e 642,1 óbitos pela Covid-19.