Vacinação contra mpox começa no Brasil na segunda; veja público-alvo
Ministério da Saúde informou que serão distribuídas 47 mil doses para proteção de pessoas com risco aumentado de evolução para as formas graves da doença
A vacinação contra a mpox, doença que ficou conhecida como varíola dos macacos, será iniciada no Brasil a partir da próxima segunda-feira, 13, e a primeira fase da campanha terá como público-alvo pessoas que vivem com o HIV – o vírus da aids -, profissionais que atuam em laboratórios que lidam com o vírus causador da doença e pacientes que tiveram contato com fluidos corporais de casos suspeitos ou confirmados da infecção. Segundo o Ministério da Saúde, serão distribuídas 47 mil doses aos estados e municípios.
Para a ação, serão utilizadas doses do imunizante recebidas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que estavam sem estratégia para utilização ou sem uso. A primeira remessa, com 9,8 mil doses destinadas a estudos de efetividade, chegou ao país em outubro do ano passado, dois meses depois do início da Campanha Nacional de Prevenção à Monkeypox (nome usado para identificar a doença na época).
A pasta informou que, como os casos da doença estão em queda no país e no mundo, a estratégia de vacinação vai “priorizar a proteção das pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença”.
A zoonose viral foi considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em julho do ano passado. Segundo a plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford, foram contabilizados 86,3 mil casos e 111 mortes no mundo. O Brasil registrou 10,8 mil casos e 15 óbitos.
Quem será vacinado contra a mpox
- Pessoas que vivem com HIV/Aids com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses (grupo representa cerca de 16 mil pessoas em todo o país)
- Profissionais que atuam nos laboratórios em contato com o vírus (pré-exposição)
- Pessoas que tiveram contato direto com os fluidos e secreções corporais de casos suspeitos ou confirmados para a doença (pós-exposição)
O ministério recomenda que, para a vacinação pré-exposição, seja feito um intervalo de 30 dias após tomar outras vacinas. “Em situação de pós-exposição, cujo principal objetivo é bloqueio da transmissão, a recomendação é que aplicação seja realizada independentemente da administração prévia de qualquer imunobiológico”, completa.
Mpox
Descoberta em 1958, a mpox foi observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores, e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.
Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. Antes do surto, a doença era considerada endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.
Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. No entanto, a OMS alertou para o fato de que essa não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.