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Vai fazer um procedimento estético? Saiba como evitar ciladas capazes de destruir a saúde

Anvisa aponta que 60% das denúncias de irregularidades sanitárias envolvem esse tipo de estabelecimento

Por Victória Ribeiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 jul 2025, 10h00

Nas duas fases da operação “Estética com Segurança”, realizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entre fevereiro e julho deste ano, irregularidades graves foram encontradas em diversas clínicas e empresas ligadas ao mercado de estética. A primeira etapa já havia identificado botox vencido, seringas reutilizadas e até restos de sangue em equipamentos. Na segunda fase, que aconteceu na última terça-feira, 2, apenas 3 dos 38 serviços inspecionados estavam em conformidade com as normas sanitárias.

Foram encontrados medicamentos armazenados junto a alimentos e bebidas alcoólicas, produtos sem registro, vencidos ou com rótulos falsos, além de procedimentos complexos sendo realizados fora do ambiente hospitalar, como a plasmaférese — tratamento semelhante à hemodiálise em que o sangue da pessoa é retirado e o plasma é separado. As ações envolveram também a fiscalização de farmácias de manipulação e distribuidoras, com apreensões de produtos proibidos pela agência sanitária e produtos estéreis com embalagens rompidas sendo utilizados.

Nos últimos anos, a Anvisa constatou que os serviços de estética e embelezamento aparecem como os mais denunciados, com uma média de 60% das denúncias. Diante disso, a agência recomenda que as pessoas fiquem atentas e pesquisem bem antes de realizar qualquer tipo de procedimento estético. Os produtos utilizados nas intervenções precisam ter registro no Brasil e não podem estar vencidos nem mal armazenados, porque podem causar eventos adversos, além de lesões e queimaduras. Seringas não podem nunca ser reutilizadas pelo risco de infecções por doenças, como HIV e hepatites.

Veja cuidados ao escolher uma clínica de estética:

  • Verificação de credenciais: confira se o estabelecimento possui alvará junto ao serviço local de vigilância sanitária
  • Desconfiança de promessas milagrosas: evite procedimentos que prometem resultados excepcionais, em especial se o preço estiver muito abaixo do mercado
  • Consulta dos produtos utilizados: pergunte quais são os produtos utilizados, cheque a data de validade e verifique a regularidade no site da Anvisa
  • Verificação de equipamentos: verifique se os equipamentos estão em boas condições e se são esterilizados corretamente
  • Busca de referências: peça recomendações a amigos e familiares que já tenham realizado procedimentos no mesmo local
  • Cuidado com influenciadores: não confie cegamente em promessas feitas nas redes sociais, em especial quando forem feitas como publicidade para uma determinada marca

Checagem do registro profissional 

Antes de realizar qualquer procedimento estético, é importante verificar se o profissional está devidamente habilitado. Isso significa checar não apenas se ele tem registro ativo no seu conselho, mas se sua formação é compatível com os procedimentos que oferece. Por exemplo:

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  • Médicos (como dermatologistas ou cirurgiões plásticos): consulte o nome do profissional no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde ele atua (o Cremesp, por exemplo, é o de São Paulo) e verifique se a especialidade informada realmente consta no registro, como dermatologia ou cirurgia plástica.
  • Biomédicos: devem estar registrados no Conselho Regional de Biomedicina (CRBM), com habilitação específica em estética.
  • Farmacêuticos, dentistas e enfermeiros: também podem atuar com estética, mas precisam ter formação complementar na área e estar registrados em seus respectivos conselhos (CRF, CRO e COREN).

Esteticistas não podem realizar procedimentos invasivos, como botox

Embora o termo “procedimentos estéticos” possa dar a falsa impressão de que estão ligados a esteticistas, nem todos eles podem ser realizados por esses profissionais, como é o caso da aplicação de substâncias injetáveis e de procedimentos invasivos. Se esteticistas estiverem oferecendo serviços como preenchimentos, toxina botulínica ou aplicações intravenosas, tem algo errado nessa história e é bom ligar o sinal de alerta.

De acordo com a Anvisa, por meio de nota técnica divulgada em 2023, esses profissionais só podem realizar procedimentos externos. Ou seja, não estão autorizados a aplicar nada que altere a forma de qualquer parte do corpo. “Ficam restritas atividades como corte de cabelo, alisamento, maquiagem, depilação e estética corporal, entre outras”, afirma o órgão.

Isso ocorre porque esteticistas não são considerados profissionais de saúde. Nessa categoria entram pelo menos cinco profissões, sendo as mais comuns os médicos, biomédicos, enfermeiros, dentistas e farmacêuticos, desde que possuam especialização nos procedimentos que realizam.

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