A onda de incêndios florestais que afeta o Brasil e já percorre nove estados e o Distrito Federal também tem consequências para a saúde. A inalação da fumaça pode causar problemas respiratórios, irritações nos olhos e trazer riscos para populações mais vulneráveis, como crianças, idosos, pacientes com problemas cardíacos e imunossuprimidos.
Diante do cenário, o Ministério da Saúde e entidades médicas têm se mobilizado para apresentar medidas para que a população se proteja dos efeitos nocivos da fumaça e da fuligem provenientes das queimadas.
Com suporte de seu Grupo de Trabalho de Saúde, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade alertou sobre os principais problemas de saúde que podem ser apresentados por quem vive nas regiões afetadas pelos incêndios: infecções do sistema respiratório, asma, bronquite, irritação dos olhos e da garganta, conjuntivite, tosse, falta de ar, cansaço, alergias na pele e desordens cardiovasculares.
“Para se proteger e evitar complicações à saúde, é importante reduzir a exposição de fumaça e atividades ao ar livre, hidratar-se, usar máscaras ou lenços, roupas leves, lavar o nariz com soro fisiológico, fechar portas e janelas de casa e do ambiente de trabalho para que a fumaça não entre”, recomenda, em nota.
A entidade também cobra ações do poder público em relação à crise climática que atinge o país com medidas que incluem “a medição da qualidade do ar para controle de riscos, combate às queimadas criminosas, e demais medidas de gestão, mitigação e adaptação às mudanças climáticas e todos seus danos”.
Em seu site e nas redes sociais, o Ministério da Saúde divulgou um guia com recomendações para a população em geral e um destaque para pessoas que vivem com doenças crônicas. Estas devem intensificar os cuidados e procurar ajuda médica caso notem que estão com a saúde descompensada ou que os sintomas estão fora de controle.
Veja as recomendações para se proteger da fumaça
- Aumentar a ingestão de água e líquidos ajuda a manter as membranas respiratórias úmidas e, assim, mais protegidas
- Reduzir ao máximo o tempo de exposição, recomendando-se que se permaneça dentro de casa, em local ventilado, com ar condicionado ou purificadores de ar
- As portas e as janelas devem permanecer fechadas durante os horários com elevadas concentrações de partículas para reduzir a penetração da poluição externa
- Evitar atividades físicas em horários de elevadas concentrações de poluentes do ar, e entre 12h e 16h, quando as concentrações de ozônio são mais elevadas
- Uso de máscaras do tipo “cirúrgica”, pano, lenços ou bandanas podem reduzir a exposição às partículas grossas, especialmente para populações que residem próximas à fonte de emissão (focos de queimadas) e, portanto, melhoram o desconforto das vias aéreas superiores
- As máscaras de modelos respiradores tipo N95, PFF2 ou P100 são adequadas para reduzir a inalação de partículas finas por toda a população
- Crianças menores de 5 anos, idosos maiores de 60 anos e gestantes devem redobrar a atenção para as recomendações descritas acima para a população em geral. Além disso, devem estar atentas a sintomas respiratórios ou outras ocorrências de saúde e buscar atendimento médico o mais rapidamente possível
Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios, imunológicos, entre outros, devem:
- Buscar atendimento médico para atualizar seu plano de tratamento
- Manter medicamentos e itens prescritos pelo profissional médico disponíveis para o caso de crises agudas
- Buscar atendimento médico na ocorrência de sintomas de crises
- Avaliar a necessidade e segurança de sair temporariamente da área impactada pela sazonalidade das queimadas
Fonte: Ministério da Saúde