Uma pesquisa inédita com 2 mil pessoas no Brasil mostrou que o uso da pílula do dia seguinte, método emergencial para evitar a gravidez após uma relação sexual desprotegida, é realizado por 43% das mulheres. Dessas, 32% declararam que não usam nenhum método anticoncepcional. O levantamento apontou ainda que 82% não utilizam preservativos, comportamento que aumenta o risco de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
O levantamento, divulgado nesta sexta-feira, 22, com exclusividade para VEJA, teve como mote o mês dedicado à contracepção e a divulgação dos dados tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre os métodos anticoncepcionais e as opções disponíveis para evitar infecções que podem ser contraídas pelo ato sexual. A pesquisa foi feita pelo Instituto IPEC, a pedido da divisão farmacêutica da multinacional alemã Bayer.
Na pesquisa, 52% das mulheres que afirmaram que fazem uso da pílula do dia seguinte disseram que a quantidade de hormônios presente nos métodos anticoncepcionais influencia em sua escolha. A declaração acaba sendo contraditória.
“As pílulas do dia seguinte possuem 1,5 mg do hormônio levonorgestrel, quantidade bastante alta quando comparada a outros métodos contraceptivos. Para efeitos de comparação, uma única dose equivale a meia cartela da pílula anticoncepcional padrão”, afirma o Eli Lakryc, vice-presidente médico da Divisão Farmacêutica da Bayer no Brasil e na América Latina.
Ele acrescenta que o uso incorreto pode levar a eventos adversos. “O uso indiscriminado causa efeitos colaterais consideráveis no organismo, como náuseas, sangramentos fora do período menstrual, dores abdominais, cansaço excessivo, dores de cabeça, sensibilidade nas mamas e vertigens.”
De acordo com a pesquisa, 33% declararam que optam por utilizar as pílulas contraceptivas e 24% adotam os preservativos. O índice das que combinam esses dois métodos é de 5% das mulheres realizam a combinação desses dois métodos.
“Sabemos que os preservativos são um eficaz contraceptivo para evitar gravidez, mas atualmente ainda são o único método capaz de evitar diversas infecções sexualmente transmissíveis”, destaca Lakryc.