Autora britânica e sua editora criam selo anti-IA para novo livro
Marca visa garantir aos leitores que 'Helm', de Sarah Hall, não contém nenhum conteúdo gerado por máquina
A autora indicada ao Booker Prize, Sarah Hall, fará história com o lançamento de seu décimo livro, Helm (Faber), previsto para 28 de agosto. A obra, que gira em torno de uma cientista e sua relação com um vento poderoso, terá um selo inédito na capa: “Human Written” (escrito por um humano, em tradução livre).
Desenvolvido pela editora Faber a pedido de Hall, o selo visa garantir aos leitores que o livro não contém nenhum conteúdo gerado por máquina. Hall descreve a iniciativa como uma “marca do criador” que oferecerá aos consumidores de literatura uma escolha e é uma forma de proteger a autenticidade da escrita.
A decisão da autora é uma resposta direta à preocupação de que seu trabalho tenha sido utilizado para treinar grandes modelos de linguagem (LLMs, na sigla em inglês) sem consentimento ou compensação, prática que ela denomina “furto criativo em escala”. Hall tem feito um apelo por maior regulamentação para proteger escritores e suas obras. Ela destaca a diferença entre a criação humana e a IA, afirmando que a escrita de “Helm” levou 20 anos e envolveu experiência e emoção, algo que a IA não pode replicar.
A editora Faber, por meio de sua CEO Mary Cannam, expressou total apoio à iniciativa, reforçando a crença da editora no “poder único da criatividade e imaginação humana”. O setor editorial, através de Dan Conway, CEO da Publishers Association, também reconhece a necessidade de rotulagem diante do aumento de livros de baixa qualidade gerados por IA, que podem prejudicar a confiança do consumidor. A questão da rotulagem é um tópico de política ativa e a associação busca diálogo com varejistas online para garantir a confiança do público.







