Os táxis autônomos causaram muita polêmica desde que surgiram nas ruas de São Francisco, nos Estados Unidos, em 2009. O avanço tecnológico de colocar nas ruas um carro sem motorista foi considerado, para muitos moradores, uma ameaça à segurança no trânsito. Como estavam mesmo em teste, tinham a permissão de operar apenas à noite. Em agosto do ano passado, a Comissão de Serviços Públicos da Califórnia permitiu que duas empresas – a Cruise e a Waymo – operassem 24 horas, depois de uma audiência pública de seis horas, onde a população mostrou o quanto estava dividida. De um lado, taxistas com medo de perder o posto de trabalho e, de outro, moradores eufóricos com o avanço da tecnologia. Mas o que ninguém esperava era que os robô-táxis virassem atração turística.
A estrela das ruas é o Jaguar I-PACEs, elétrico, operado pela Waymo, a única empresa em circulação em São Francisco. O automóvel vem equipado com radar, sensores e câmeras internas e externas. Ele faz parte das experiências que os turistas querem ter na cidade. Quando o carro chega, o passageiro destrava as portas pelo aplicativo e, ao entrar, pode sentar em qualquer acento, menos no do motorista. Apesar da ausência de um taxista, há uma equipe de suporte remoto que acompanha o carro para dar auxílio em qualquer eventualidade.
A procura dos turistas gerou lista de espera de pelos menos uma semana. A Waymo recomenda que as reservas sejam feitas com antecedência para que ninguém fique na mão. Ao optar pelo robô-táxi, o passageiro tem acesso a um pacote de visitas a pontos turísticos como Ferry Building, Pier 39, Coit Tower e o Japantown Peace Plaza. A empresa oferece também corridas em Phoenix, no Arizona, e Austin, no Texas, cidades que também possuem lista de espera para andar no carro autônomo. Pegar o táxi deixou de ser apenas um meio de transporte, mas um passeio, com direito a muitas fotos, que começam na hora que o carro estaciona e só terminam no ponto final.