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Carta ao Leitor: Ponto de equilíbrio

A IA pode ser boa ou ruim, a depender do uso que fazemos dela

Por Redação Atualizado em 5 set 2025, 16h47 - Publicado em 5 set 2025, 06h00
ABUSO - VEJA em 2023: o crime das falsas imagens de pessoas nuas
ABUSO - VEJA em 2023: o crime das falsas imagens de pessoas nuas (./VEJA)

“O futuro era muito melhor antigamente”, escreveu Luis Fernando Verissimo (1936-2025), o cronista de humor refinado que nos oferecia um segundo de reflexão para então culminar em sorriso compensador, cuja sagacidade fará falta. Sim, é verdade, os saltos tecnológicos foram ficando cada vez mais espetaculares, talvez mais perigosos, muitos deles nos puseram em beco sem saída e parte das inovações alimentou dilemas éticos. Antigamente, como ensinou Verissimo, o amanhã era anunciado com um pouco mais de ingenuidade. Não se deve, contudo, temer a novidade, ainda que soe sombria aqui e ali. É preocupante o uso da inteligência artificial (IA) para a criação de imagens de pessoas nuas, em flagrante falsidade, tema de capa de VEJA em 2023, anotado com uma chamada forte: “A serviço do mal”. É inaceitável, também, a proliferação de vídeos produzidos no subterrâneo da internet com mentiras políticas. Assusta o uso desmedido de robôs alimentados por algoritmos, a exemplo do celebrado ChatGPT, para interação com seres humanos, como se a máquina fosse um analista a oferecer terapia a gente de carne e osso. Recentemente, nos Estados Unidos, o trágico episódio de Adam Raine, um menino de 16 anos que tirou a própria vida depois de se “aconselhar” com um interlocutor digital, provocou desconforto geral e processo dos pais na Justiça americana contra a companhia OpenAI, de Sam Altman, como mostra reportagem da edição.

É fundamental encontrar o ponto de equilíbrio, haver regras legais claras, e a própria OpenAI já anunciou um mecanismo de controle parental, porque todo exagero deve ser apartado — mas é caminho ruim pôr a culpa na IA. A terrível morte de Adam é inaceitável, mas é para lá de provável que suas dificuldades existenciais tenham vindo antes do acesso ao smartphone. A IA, enfim, pode ser boa ou ruim, a depender do uso que fazemos dela. É forçoso evitar o radicalismo de opiniões, porque o resultado pode ser um freio na inventividade humana. O olhar histórico é sempre útil para mostrar que, na queda de braço, o bom senso vence. O medo da tecnologia a bulir com o cotidiano existe desde sempre. Foi assim quando Johannes Gutenberg desenvolveu o sistema mecânico de tipos móveis, no século XV, para horror dos copistas. Foi assim no fim do século XVIII e início do XIX, com a introdução dos teares e das máquinas a vapor no alvorecer da Revolução Industrial na Inglaterra. Foi assim com a eclosão dos computadores de uso doméstico e o adeus aos grandalhões mainframes das empresas. Temia-se, em todas essas situações, o pior dos cenários, o desastre que não veio.

Publicado em VEJA de 5 de setembro de 2025, edição nº 2960

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