Desde que a gestão do Twitter passou para as mãos de Elon Musk, muitos usuários têm buscado alternativas para a interação online. No Brasil, por exemplo, a debandada para a rede social indiana Koo virou até meme. O fenômeno, porém, é bastante abrangente. Alguns usuários com forte presença na plataforma de textos curtos estão migrando algumas de suas postagens para o LinkedIn.
O perfil das duas redes, contudo, não poderia ser mais diferente. Enquanto o Twitter tem um público mais amplo e diverso, e os posts são mais diretos e acessíveis, o LinkedIn é conhecido por oferecer ferramentas para fins profissionais. É lá que pessoas buscam oportunidades de emprego ou publicam textos motivacionais sobre carreira. Embora questões externas ao mercado de trabalho venham ganhando algum espaço na plataforma, há menos chance de que grandes controvérsias políticas ou fotos de pets se tornem temas comuns.
Embora nem todos os temas populares no Twitter façam sentido no LinkedIn, usuários têm relatado que a qualidade das interações na rede profissional é melhor. Conteúdos de divulgação científica ou análises de temas comportamentais, por exemplo, têm se popularizado e encontram público mais interessado no LinkedIn.
Ainda não se sabe o número exato de perfis do Twitter que vem intensificando suas atividades no LinkedIn, mas o engajamento na rede vêm aumentando há vários meses seguidos, de acordo com o The Wall Street Journal. O Twitter também não divulgou os dados exatos do número de contas ativas desde o início da gestão Musk, mas o bilionário tem afirmado em suas redes sociais que o uso do site aumentou nas últimas semanas.
Segundo os usuários, mudanças feitas de forma rápida e aparentemente sem estudos para embasá-las e a queda na qualidade da verificação de conteúdo estão prejudicando muito o uso do site. Nesta segunda-feira (12), por exemplo, contas verificadas passaram a exibir a mensagem com os dizeres “pode ou não ser de uma pessoa com notoriedade”, o que evidencia o caráter dúbio do novo sistema de verificação. Outros usuários relataram a promoção de conteúdos e perfis associados à extrema-direita. E Musk também afirmou que pretende, em breve, permitir postagens de até 4 mil caracteres, o que desvirtuaria o Twitter, conhecido pelas mensagens curtas.