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Criador de várias startups, carioca tem currículo de empreendedor veterano

João Gabriel Santos ensina a linguagem dos computadores às novas gerações

Por André Lopes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h14 - Publicado em 3 jan 2020, 06h00
EMPENHO - O educador: “Não sou superdotado. Apenas recebi o apoio necessário”
EMPENHO - O educador: “Não sou superdotado. Apenas recebi o apoio necessário” (./.)

Fundada em agosto de 2019, a Crescere é uma startup que oferece cursos, de seis meses em média, voltados para a área tecnológica, financiados em parte por empresas interessadas nesse tipo de mão de obra. Seria apenas mais uma, não fosse por um ousado diferencial: o aluno só paga as mensalidades, cujo valor ele mesmo estipula, depois de conseguir um emprego com remuneração acima de 3 000 reais. Por trás da Crescere está um carioca que, apesar da pouca idade, tem currículo de empreendedor veterano: o programador João Gabriel Santos. “Não sou superdotado. Apenas recebi o apoio necessário para descobrir do que gostava. E notei que outros jovens poderiam ser iguais a mim”, diz ele.

O envolvimento de Santos com o setor de tecnologia e inovação teve início quando ele tinha 12 anos. Nascido em uma família de classe média, o garoto estudava numa escola particular em Realengo, na Zona Oeste do Rio, que mantinha cursos técnicos. Interessado em robótica, ele pediu para frequentar aulas das turmas mais avançadas e assim começou a aprender programação. Com 14 anos, e acumulando vinte premiações em olimpíadas na área de ciências, o adolescente chamava a atenção dos educadores. “Eu dizia a eles que gostava de estudar, porém me entusiasmava mais por aprender assistindo a vídeos no YouTube do que sentado no colégio”, lembra. Tal característica o levou, em 2016, a se tornar representante do EduLivre, um projeto da Unesco que visa a promover o ensino via internet entre populações de baixa renda.

Naquele mesmo ano, Santos virou professor particular de computação. Foi então convidado a se tornar sócio da empresa que lhe fornecia material para as aulas de robótica, a Somai. Não ficou muito tempo — nascia ali o empreendedor. O jovem saiu da sociedade para abrir duas startups, em sequência: a Fábrica de MVP, de desenvolvimento de aplicativos (que não deu certo), e a Byteme, que auxilia outras empresas iniciantes a se desenvolver. Em 2019, ele vendeu a Byteme a Bruno de Paoli, ex-sócio de uma grande corretora de valores e dono da Pirajá, especializada na criação de oportunidades de negócios. Na Pirajá, Santos — que em 2018 participou da série TEDx falando sobre educação — encontrou ambiente para montar a Crescere, que comanda desde a fundação. “Meu projeto é proporcionar aos jovens a mesma abertura para o mundo da computação que eu tive e que me ajudou a mudar de vida”, afirma o jovem. É vida que apenas começa.

Publicado em VEJA de 8 de janeiro de 2020, edição nº 2668

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