Por todo o mundo, robôs vêm tomando o lugar de pessoas nos mais variados postos de trabalho. Em algumas farmácias de Portugal, máquinas entregam o frasco de remédios desejado ao farmacêutico. Em 2017, foi criado um sistema baseado em Big Data que consegue determinar se o estado de um paciente é ou não emergencial em um hospital. O hotel Jen Tanglin, em Singapura, usa dois robôs para entregar garrafas d’água, alimentos, toalhas e itens de banheiro para os hóspedes.
No Brasil, o uso dessa tecnologia acaba de dar mais um passo. No dia 13 de novembro foi inaugurado, na Zona Sul de São Paulo, o hotel Ramada Encore Berrini. O estabelecimento será o primeiro na história do país a ter um robô de serviço destinado ao atendimento dos hóspedes.
Chamada de Rebeca Berrini, a máquina tem um metro de altura e apresenta rosto e braços humanizados e foi programada para andar pelo lobby do estabelecimento, orientando-se por meio de sensores de toque, presença e movimento. Além disso, é capaz de interpretar voz e fala e pode fornecer informações sobre horários de funcionamento, do hotel em si, de seus serviços e do acesso ao wi-fi, já que entende muito do que lhe é falado. Rebeca também pode dar dicas de passeios na região.
Apesar de ser tão avançada, a robô possui limitações. André Araújo, o CEO da startup que a criou, a XRobô, afirma que Rebeca não pode, por exemplo, pegar chuva e tem uma bateria de apenas oito horas. “Mas ela é configurada para ir direto para o carregador quando o nível de bateria fica baixo. Ou seja: quando a carga fica em 10% ou 15% de sua capacidade, a Rebeca vai sozinha para o carregador e fica em pausa por um período de uma hora a uma hora e meia para atingir os 95%”, contou Araújo.
Além do fator da inovação, há outro motivo pelo qual a novidade é tão útil. Araújo, em entrevista ao site de VEJA, disse que a máquina pode ter um desempenho ainda melhor que o do ser humano nesse setor. “Os robôs de serviço caem como luva às demandas do estabelecimento, uma vez que estão sempre dispostos, prestativos e com nível zero de estresse, não importando quantas vezes tenham que desenvolver as mesmas atividades e responder às mesmas perguntas durante o dia ou a noite”, argumenta. Em contraponto, pessoas podem se esgotar depois de algumas horas de um trabalho cansativo e repetitivo.
A XRobô é a primeira a desenvolver esse tipo de tecnologia em solo brasileiro. Os trabalhos que deram origem a Rebeca começaram, segundo o CEO, em meados de 2017, e foram finalizados recentemente.