Na noite de terça-feira 29, o Jornal Nacional revelou que a Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou, no caderno de visitas do condomínio onde tem casa o presidente Jair Bolsonaro, o registro na data de 14 março de 2018, horas antes do assassinato da vereadora Marielle Franco, mostrando que o ex-PM Élcio Queiroz, suspeito do crime, havia dito que visitaria Bolsonaro e acabou indo até a casa de outro suspeito, o ex-policial militar Ronnie Lessa. A notícia reverberou tanto que, mesmo estando em viagem aos Emirados Árabes, o presidente iniciou uma live no Facebook para se posicionar. A transmissão, na qual apareceu extremamente irritado, se tornou outro elemento, e as redes sociais foram inundadas com comentários acerca do assunto.
Para avaliar a repercussão dos últimos eventos na imagem de Bolsonaro, VEJA pediu à Sprinklr, que detém uma plataforma de gestão de canais digitais, um levantamento sobre, digamos assim, o humor das menções feitas a Bolsonaro no Twitter. A análise, realizada com exclusividade, contabilizou os posts feitos das 21h de terça-feira (quando foi ao ar a reportagem do JN), às 13h desta quarta-feira (30). Portanto, ainda não se contempla o efeito da repercussão da reviravolta que indica que o porteiro do condomínio de Bolsonaro pode ter mentido em seu depoimento.
No total, foram 1,2 milhões de postagens citando Bolsonaro. No chamado “alcance”, a medida que afere quantas vezes os perfis no Twitter tiveram contato com posts sobre Bolsonaro, obteve-se o número de 5,8 bilhões.
Em meio a esses grandes números, o teor do conteúdo foi tido como de quase consenso: 86% dos tuítes tratavam o tema de forma negativa, em relação à imagem do presidente. Ainda que quatro hashtags favoráveis a Jair Bolsonaro tenham atingido os assuntos mais comentados do Twitter, a manobra não foi o suficiente para equilibrar o cenário desfavorável.