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No Ceará, provedora de internet encerra operações após ataques de facção

Criminosos impõem cobrança ilegal a empresas de telecomunicações, e violência deixa milhares sem internet no estado

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 mar 2025, 12h30

A provedora de internet GPX Telecom, que operava há nove anos em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, anunciou  o encerramento definitivo de suas atividades. A decisão foi tomada após um ataque criminoso na madrugada do dia 17 de março, que destruiu sua infraestrutura em questão de minutos. O caso se soma a uma onda de ataques contra provedores no Ceará desde fevereiro, atribuídos à facção Comando Vermelho, que exige pagamentos das empresas para permitir a continuidade dos serviços.

Como a facção controla o setor? 

A Polícia Civil do Ceará confirmou que os ataques contra empresas de internet fazem parte de uma estratégia de extorsão praticada pelo Comando Vermelho. Segundo as investigações, a facção impõe uma taxa mensal para que os provedores possam operar em determinadas áreas e, quando a cobrança não é paga, as empresas são alvo de represálias violentas.

Os ataques incluem incêndio de veículos, corte de cabos de fibra óptica, roubo de equipamentos e ameaças a funcionários. Além disso, segundo as autoridades, há indícios de que provedores clandestinos operam sob o controle do crime organizado, restringindo o acesso dos moradores a serviços regulares.

O Governo do Ceará criou um grupo especial para investigar os crimes e conter os ataques. A Operação Strike, realizada entre 22 de fevereiro e 17 de março, resultou na prisão de 27 suspeitos. Entre eles, um homem de 21 anos, que foi detido em São Gonçalo do Amarante com armas e munições. Outro, de 30 anos, já estava preso em Sobral sob acusação de homicídio e agora também será investigado pelos atentados contra os provedores de internet.

Qual o impacto dos ataques? 

Além da violência direta contra as empresas, a população tem sentido os impactos da crise na infraestrutura de telecomunicações. Em Caridade, cidade de 22.500 habitantes, 90% das casas ficaram sem internet nos últimos dias, afetando serviços essenciais e a comunicação dos moradores.

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O Complexo Industrial e Portuário do Pecém, um dos maiores do Brasil, também foi afetado. Em 27 de fevereiro, uma série de ataques da facção derrubou quase toda a conexão de internet na região, dificultando operações logísticas e industriais.

Além da GPX Telecom, outras empresas foram alvo de violência, como Brisanet, ACNet, Planeta Net, Giga+ Fibra e A4 Telecom. O impacto se estendeu a Fortaleza, Caucaia, Caridade e São Gonçalo do Amarante, deixando milhares de clientes sem conexão.

Um levantamento feito por operadoras aponta que cerca de 10% da população da Grande Fortaleza — o equivalente a 400 mil pessoas — vivem em áreas sob controle de facções criminosas, onde provedores ilegais operam sem fiscalização e impedem a atuação de empresas regulares.

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Carro da operadora de internet Brisanet incendiado por facção criminosa em Caucaia, no Ceará
Carro da operadora de internet Brisanet incendiado por facção criminosa em Caucaia, no Ceará (Redes sociais/Reprodução)

Nota oficial da GPX Telecom

Após o ataque que destruiu sua sede, a GPX Telecom divulgou um comunicado anunciando o encerramento das atividades:

“É com um profundo sentimento de tristeza que anunciamos o encerramento de nossas atividades. Ao longo de nove anos, desde 2016, tivemos a honra de servir com dedicação e alegria os bairros Parque Soledade, São Gerardo e Ponte Rio Ceará. Infelizmente, em meros 20 minutos, atos de vandalismo devastaram tudo o que construímos com tanto esforço e comprometimento, levando-nos a tomar a difícil decisão de encerrar nossas operações.

Esse triste episódio evidencia a fragilidade da segurança em que vivemos nos nossos dias atuais, onde o trabalho árduo de anos pode ser destruído em questão de minutos. Sempre priorizamos a qualidade e a legalidade em nossos serviços, e somos imensamente gratos pela confiança que vocês depositaram em nós ao longo dessa jornada.

Esperamos por justiça diante dessa situação alarmante que afeta a todos nós. Agradecemos, sinceramente, a cada um de vocês pelo apoio e pela compreensão.”

Enquanto isso, autoridades seguem investigando o caso, enquanto usuários afetados aguardam medidas que garantam a continuidade dos serviços sem interferência criminosa.

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