Até pouco antes da expansão do sinal 4G no Brasil, em meados de 2014, a velocidade média das conexões de internet era de 1 megabytes por segundo (Mbps). Tal patamar parecia longe do suficiente para carregar de maneira “quase instantânea” vídeos e páginas na web. A chegada da rede móvel, junto à popularização de tecnologias como fibra ótica, fez o cenário mudar um pouco. Mas agora se prova que ainda há muito para melhorar.
Hoje em dia, mesmo que a contratação de planos com conexões de 30mbs, 50mbs e até mesmo 300mbs tenha se tornado mais barata e acessível, ainda existe a sensação de que essas velocidades não trazem fluidez ao se usar a web. O motivo: o aumento do número de dispositivos conectados na mesma rede. Deve-se levar em conta que na casa de uma família, por exemplo, smartphones, aparelhos de streaming, videogames e computadores usam um só sinal.
Esse é o problema que o Wi-Fi 6, que substitui os roteadores de 5ghz e 2.5ghz, promete solucionar. A nova versão promete entrega de dados mais eficiente, frente à distribuição da rede. Por isso, o apelo da nova tecnologia não está na velocidade de internet que consegue transmitir, mas na chamada largura de banda. É o fator que permite uniformidade de conexão, mesmo quando vários dispositivos acessam a internet ao mesmo tempo.
Na Consumer Electronic Show (CES), que aconteceu em Las Vegas entre os dias 7 e 10, o novo padrão Wi-Fi surgiu como uma realidade disponível para o mercado. Alguns dos roteadores eram relativamente baratos, se considerada a rodada de estreia da tecnologia, em 2019. Dois destaques são os aparelhos da Tp Link, ao custo de 700 reais, e da Nova, por 500 reais. Ambos já disponíveis no Brasil. A Lenovo, a Asus e a Samsung também apresentaram notebooks preparados para captar o Wi-Fi 6, e que devem chegar em breve às lojas brasileiras.
Os benefícios serão sentidos ao longo do tempo, à medida que mais dispositivos conectados cheguem aos lares. Todavia, com a previsão de que inteligência artificial caseira abra um novo mercado, tornando a venda de dispositivos conectados no Brasil 300% maior neste ano, o novíssimo Wi-Fi deve deixar de ser um luxo para virar necessidade quase básica da classe média.