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Pix passa cartão de crédito como meio de pagamento em compras online no Brasil

Pesquisa mostra ainda que internet chega a 85% das casas brasileiras, mas qualidade do acesso ainda é desafio

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 out 2024, 10h50

O Pix se consolidou como a forma preferida dos brasileiros para pagar compras na internet, superando pela primeira vez o cartão de crédito. Pesquisa TIC Domicílios 2024 divulgada nesta quinta-feira, 31, pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) mostra que 84% dos compradores online utilizam o sistema de transferência instantânea, enquanto 67% ainda usam o chamado “plástico”.

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O crescimento do Pix foi expressivo principalmente entre as classes B (de 63% para 82%), C (de 68% para 86%) e D/E (de 60% para 78%), em comparação com 2022. Em contrapartida, o uso do boleto bancário caiu de 43% para 24% no mesmo período.

O levantamento revelou também que o comércio eletrônico mantém trajetória de crescimento após a pandemia: 73 milhões de brasileiros (46% dos usuários de internet) fizeram compras online em 2024, um aumento de 6 milhões em relação a 2022. Roupas, calçados e materiais esportivos lideram as categorias mais compradas, com 71% das preferências.

Transformação radical

Em duas décadas, o Brasil transformou radicalmente seu panorama de conectividade digital. A pesquisa do Cetic.br revelou que 85% dos lares urbanos brasileiros tiveram acesso à internet em 2024, um salto expressivo em comparação aos 13% registrados em 2005.

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Apesar do avanço quantitativo, o estudo aponta que apenas 22% da população brasileira possui o que os pesquisadores chamam de “conectividade significativa” — um acesso de qualidade que considera fatores como custo adequado, boa velocidade de conexão e disponibilidade de diferentes dispositivos para navegar.

O levantamento mostra que o celular se consolidou como o principal meio de acesso à internet, usado por 99% dos internautas brasileiros. A TV aparece em segundo lugar, com 60% — superando pela primeira vez na história da pesquisa o computador, com índice de 40%, apresentando uma diferença de 20 pontos percentuais.

Diferenças sociais

As desigualdades sociais, no entanto, ainda impactam significativamente o panorama digital. Enquanto 100% dos domicílios da classe A estão conectados, apenas 68% das residências das classes D e E têm acesso à internet. O estudo identificou ainda 29 milhões de brasileiros desconectados, sendo que 24 milhões vivem em áreas urbanas.

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“Passamos de 1 a cada 8 domicílios com internet em 2005 para 7 a cada 8 domicílios conectados em 2024”, explica Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. “A forma de acesso também mudou drasticamente: antes as pessoas se conectavam principalmente em lan houses, hoje quase todos acessam de casa e pelo smartphone.”

A TIC Domicílios 2024 entrevistou 21.170 pessoas com 10 anos ou mais em 23.856 domicílios entre março e agosto de 2024, traçando um panorama abrangente da inclusão digital no país.

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