Review: óculos VR2 oferece melhor experiência de imersão em games
Lançamento compatível com console Playstation 5 tem design aprimorado e especificações avançadas, mas é caro
O lançamento do VR2, nova geração dos óculos de realidade virtual da Playstation, marca um momento de transição importante para esses equipamentos no mundo dos games. Além de ter especificações melhores que seus concorrentes, promete uma imersão mais detalhada e com mais conforto para aqueles dispostos a pagar o alto preço.
As especificações técnicas bem avançadas. Conta com tela OLED 4K habilitada para HDR, resolução de 2000×2040 pixels, campo de visão de 110 graus, câmeras de rastreamento integradas e rastreamento ocular. É superior ao Meta Quest 2, por exemplo, um de seus principais concorrentes.
Seu uso é simples. Além do óculos, que fica sempre plugado no console por um capo usb-c, há dois controles em estilo manopla, com as mesmas funcionalidades do DualSense, como os gatilhos adaptáveis. Basta parear os dois e colocar o óculos. A partir daí, ele fará uma leitura da área disponível para o jogo, e o usuário pode optar se quer jogar de pé ou sentado. O VR2 reconhece móveis e define um espaço confortável. Depois, começa a imersão.
E o mergulho digital que ele oferece é realmente surpreendente. Começamos com Horizon: Call of the Mountain, principal título disponível no momento, baseado na popular franquia pós-apocalíptica. Os primeiros minutos colocam o jogador em um universo deslumbrante de rochas, cachoeiras e árvores. Você está sentado em um barco, navegando em um rio, e a sensação remete aos simuladores da Disney. É possível jogar com o som da TV, mas com fones a imersão é ainda maior. Logo, quando a ação começa, é possível escalar montanhas, disparar flechas com um arco fazendo movimentos que simulam a ação na vida real e explorar o rico ambiente com bastante liberdade.
O design também é fundamental para garantir o conforto durante as partidas. O sistema usa um mecanismo adaptável que coloca o peso da tela sobre a cabeça, e não na frente do rosto. O ajuste também permite que a maioria das pessoas se acomode aos óculos sem nenhum desconforto. Para garantir que a visibilidade fique perfeita é preciso fazer alguns ajustes no foco e na posição dos óculos, processo resolvido em segundos.
O conforto também favorece longas sessões. O que pode ser um problema no início, enquanto cada jogador se adapta ao ambiente digital. Alguns tendem a ficar enjoados, e a imersão é tamanha que dá para perder ligeiramente a noção do ambiente físico. O mapeamento é eficaz em minimizar os riscos, mas a possibilidade de enjoar permanece. Sessões mais curtas, de 15 a 20 minutos, com o jogador sentado no sofá, ajudam bastante na adaptação antes de avançar para partidas mais longas, de pé.
Testamos ainda outros games disponíveis. Moss e Moss: Book 2, duas belas aventuras protagonizadas por uma simpática ratinha e ambientadas em um cenário de fantasia, proporcionam momentos de diversão resolvendo quebra-cabeças com gráficos muito caprichados e oferecem uma boa porta de entrada para o universo do VR2. E Star Wars: Tales from the Galaxy’s Edge é uma aventura ambientada no universo espacial que vai atrair os fãs da saga.
Horizon: Call of the Mountain é o principal destaque, no entanto. Não é muito longo, e funciona especialmente como uma introdução ao enorme potencial do hardware. O sistema que identifica a direção do olhar, por exemplo, é surpreendente e eficaz para favorecer ainda mais a interação com os personagens do game.
Mas ainda faltam opções de grandes títulos que ofereçam mais conteúdo. A falta de compatibilidade com títulos anteriores de PSVR pode desanimar alguns jogadores. Isso deve mudar em breve. Um novo ecossistema de games está sendo construído. Há muitas novidades já anunciadas, como Gran Turismo 7, No Man’s Sky e o aguardado remake de Resident Evil 4, que devem garantir um portfólio variado nos próximos meses.
O principal problema do VR2 é o preço. Custando R$ 4.800 (no pacote com Horizon), ou R$ 4.500 avulso, é mais caro que o próprio console. É um valor bastante elevado para um aparelho que por enquanto é compatível com poucos jogos. Mas os fãs de realidade virtual vão encontrar a melhor experiência disponível em um console, com especificações encontradas apenas em equipamentos ainda mais caros. E a disponibilidade, aqui no Brasil, é melhor que a dos concorrentes.