Em outubro do ano passado, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, foi até o Congresso americano, em uma audiência realizada pelo Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, e tentou convencer o governo daquele país que a sua criptomoeda libra, que funciona aos moldes do bitcoin, era uma boa ideia. Não deu certo. Mantiveram-se os temores de que a iniciativa pudesse ameaçar a privacidade das pessoas, ao mesmo tempo em que prejudicaria a segurança nacional dos EUA ao servir de ferramenta para que criminosos movimentem dinheiro.
Ciente disso, Zuckerberg, segundo apurou o jornal americano The Information nesta terça-feira (4), deu uma guinada em seus planos. Basicamente, uma forma de agradar aos reguladores para enfim por seu serviço financeiro no mercado. O novo plano da companhia será o seguinte: o token libra – a criptomoeda baseada em blockchain – deixa de ser a peça central da operação, e entram na estratégia os câmbios já existentes, como o dólar americano e o euro. O token, quando estiver concluído, será apenas das opções para fazer a conversão de valores. Assim, a empresa ganharia semelhança com as fintechs já existentes ao redor do mundo, que funcionam apenas como operadoras de pagamentos.
Além disso, o lançamento de carteira digital Calibra, que deve funcionar como uma vitrine para a tecnologia libra, permitindo que qualquer pessoa com um smartphone adquira e armazene a criptomoeda, teve o lançamento adiado, de junho para outubro. A ideia é conseguir mais prazo para divulgar o novo plano. Contudo, a disponibilidade das diferentes moedas ficará sujeita às negociações do Facebook com os governos e reguladores de fora dos EUA.
As informações dizem que os principais recursos de armazenamento e transferência de dinheiro da Calibra serão sincronizados ao Facebook Messenger e ao WhatsApp, com a intenção de que os usuários transfiram dinheiro tão facilmente como enviam um emoji — embora não esteja claro qual será o cronograma deste processo em relação ao lançamento planejado para outubro.