A crise entre Gilmar e Pazuello e a estreia do novo ministro da Educação
Augusto Nunes, Dora Kramer e Ricardo Noblat comentam os principais acontecimentos da política desta semana
Desde que assumiu interinamente o cargo de ministro da Saúde, há dois meses, o general Eduardo Pazuello adotou o estilo low-profile. No auge da pandemia, que já matou mais de 75 000 brasileiros, ele evita aparições públicas e foge de entrevistas. Não é timidez. Ele costuma repetir que não é médico nem político e, como militar, está em Brasília cumprindo uma missão administrativa que lhe foi dada pelo presidente da República. Na terça-feira passada, Pazuello estava mais agitado do que o normal. As notícias do dia davam conta de que Bolsonaro teria decidido antecipar o fim da missão diante da iminência de uma nova crise envolvendo os militares e o Supremo Tribunal Federal. Três dias antes, Gilmar Mendes, ministro do STF, havia acusado o governo de adotar uma política de “genocídio” durante a pandemia em associação com o Exército. Do exagero retórico do magistrado derivou o rumor de que o presidente demitiria o general para não alimentar um novo embate com o Judiciário.