PGR cogita federalizar investigação sobre assassinato de Marielle
Vereadora e motorista Anderson Pedro Gomes foram mortos a tiros nesta quarta-feira no Rio de Janeiro
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, cogita passar as investigações do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Meirelle Franco (PSOL), e do motorista que a acompanhava, Anderson Pedro Gomes, para o âmbito federal. O pedido deve ser encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que é responsável por dar a autorização.
A federalização, geralmente, é apresentada em casos específicos, quando há grave violação de direitos humanos ou quando existe a possibilidade de a polícia estar envolvida no crime. Mais cedo, o chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa, disse que o órgão tem capacidade para investigar o crime sozinho.
Marielle e Gomes foram mortos a tiros na noite desta quarta-feira, quando a vereadora voltava de um evento. Criminosos que estavam dentro um veículo emparelharam o carro de Marielle e efetuaram ao menos nove disparos. Ela foi atingida por quatro balas na cabeça e Gomes levou três tiros nas costas. A assessora que estava com eles no carro sobreviveu.
A principal hipótese é de execução. A vereadora era militante dos direitos humanos e denunciava a violência policial nas favelas do Rio de Janeiro. Recentemente, ela apresentou queixas contra policiais militares que patrulham a Favela de Acari, na Zona Norte da cidade. Além disso, ela era relatora de uma comissão criada para fiscalizar a atuação da polícia durante a intervenção militar no Estado. O velório de Marielle e Gomes, nesta quinta-feira, reuniu milhares de pessoas ao redor do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia.