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‘Nossa obrigação é manter, a deles é pagar’, diz Salles sobre Amazônia

Ministro do Meio Ambiente defende gestão e promete pressionar países europeus pela manutenção de recursos para preservar florestas brasileiras

Por Da Redação Atualizado em 13 dez 2019, 12h21 - Publicado em 6 dez 2019, 10h00

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, negou que o governo brasileiro tenha aberto mão dos recursos do Fundo Amazônia e afirmou que o governo “está fazendo sua parte” na preservação da Amazônia. “O Brasil tem todo o direito, se não o dever, de participar da escolha dos tipos de projetos, das formas de utilização destes recursos”, afirmou o ministro, criticando a ingerência de países europeus na destinação do dinheiro destinado à preservação da Amazônia. “A nossa parte nós estamos fazendo, ele têm que fazer a deles, que é pagar. E nós temos um destino para isso, que é justamente a conservação das florestas, das áreas de preservação permanentes e da reserva legal”, disse ele.

Em entrevista aos repórteres Jennifer Ann Thomas e Victor Irajá no programa Páginas Amarelas, de VEJA, Salles elogiou a política ambiental exercida por ele, sob o mandato do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o ministro, o Brasil é exemplo na produção de energia limpa e as queimadas são um ‘problema recorrente’. Para o ministro, a crise de imagem decorrente das queimadas e do aparecimento de óleo na costa brasileira foram mal abordadas pela imprensa. “Com relação às queimadas, se fez uma campanha internacional, inclusive parte dela promovida pela imprensa brasileira, infelizmente, que acabou repercutindo contra o Brasil”, afirmou.

Segundo ele, Bolsonaro desistiu de deixar o Acordo de Paris, mas cobrou os países europeus de cumprir com seus compromissos financeiros, de destinar parte significativa dos 100 bilhões de reais destinados ao combate do desmatamento. “No começo do ano, o presidente Bolsonaro tomou a decisão de permanecer no Acordo de Paris, mas, ao mesmo tempo, exigir que a compensação financeira seja executada”, defende.

O ministro concedeu a entrevista a VEJA antes de embarcar para a reunião da COP-25, a Conferência Internacional sobre Mudança Climática das Nações Unidas, realizada em Madri. Na conferência, Uma rede internacional que reúne mais de 1.300 organizações não-governamentais (ONGs) ligadas ao combate das mudanças climáticas, a The Climate Action Network (CAN) ofereceu o prêmio irônico “fóssil do dia” para o Brasil. Como justificativa, a CAN fez ataques às políticas ambientais dos três governo: o Brasil por “culpar a sociedade civil pelas queimadas na Amazônia”.


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