VEJA teve acesso com exclusividade ao local onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está detido e reconstituiu o cotidiano de seu primeiro mês na prisão — uma rotina diferente da dos outros 22 presos na carceragem da PF em Curitiba.
O ex-presidente não tem hora para acordar ou dormir, não tem hora para o banho de sol, pode receber os advogados quando desejar, as visitas não passam pela revista íntima e a cela, confortável se comparada às demais, não fica trancada. Normalmente, a porta permanece apenas fechada.
Mesmo sem horários rígidos, o dia de Lula na prisão começa por volta das 7 horas — e segue uma rotina especial. Após pular da cama, Lula tem o hábito de ligar a televisão para acompanhar o noticiário da manhã. O desjejum é servido por volta das 7h30. O cardápio é frugal e o mesmo dos demais presos: café preto e pão com manteiga.
A prisão de Lula, tanto para os aliados quanto para os adversários, é um fato de natureza especial. Afinal, além de ter governado o país por dois mandatos e ter deixado a Presidência com alta popularidade, Lula ainda é o líder nas pesquisas eleitorais. Só isso basta para colocar a prisão de Lula na coluna das evidências de que, no Brasil de hoje, ninguém está acima da lei.
Acompanhe também, nesta edição da revista, uma reportagem sobre o trabalho escravo no século XXI no país. Calcula-se que mais de 160 000 brasileiros trabalhem em condições deploráveis — e o Brasil, que já foi exemplo mundial de combate a essa chaga, está ficando cada vez pior em razão da escassez de verbas para as equipes de fiscalização.