Casamento de Harry e Meghan: a monarquia se reinventa para não morrer
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Depois da cerimônia deste sábado, 19, Harry, de 33 anos, neto da rainha Elizabeth, e a californiana Rachel Meghan Markle, de 36, serão personagens de final feliz de um novo conto de fadas muito pouco ortodoxo: a noiva, além de estrangeira, é mulata, divorciada e atriz de certo renome. Pode? Não só pode como deve. A monarquia britânica está apertando o passo para reforçar a ideia de que é moderna, antenada e sintonizada com a diversidade e a tolerância — dois conceitos impensáveis para os monarcas dos velhos tempos.
O casamento de Harry e Meghan, formalmente aprovado por Elizabeth II, é a mais recente demonstração de que a realeza está disposta a baixar a ponte levadiça e deixar o mundo de verdade— ou pelo menos uma controlada e vistosa parcela dele — entrar.
Monitorado de perto por uma equipe de relações-públicas, o projeto Harry-Meghan é um sucesso, com os súditos animados, felizes e encantados. Acampado nos arredores do Castelo de Windsor, sem ligar para a temperatura, que baixa a 5 graus à noite, Terry Hutt, de 83 anos, instalou-se com amigos bem na curva do cortejo de carruagem que apresentará o novo casal ao mundo. “Aqui eles desaceleram, e a visão é melhor”, explicou. Nas lojas em volta do castelo, o comércio de objetos que celebram o enlace seguia firme, dias antes da festança, com destaque para canecas, ímãs de geladeira e panos de prato a preços entre 6 e 8 libras (30 a 40 reais).
Confira também, nesta edição de VEJA, uma reportagem sobre os níveis dramáticos de pobreza e fome na Venezuela. As maiores vítimas são as crianças, que sonham com um prato de comida.
Em 2017, a cada semana seis crianças morreram por falta de comida, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A fome, aliada à escassez de médicos e medicamentos, fez a taxa de mortalidade infantil voltar aos patamares dos anos 1950.