Calor intenso de 2024 deve se repetir em 2025
Estudo de duas importantes agências do clima apontam que o ano passado bateu recorde histórico de temperatura alta

O mundo quebrou o recorde de temperatura em 2024 e, pela primeira vez, os termômetros passaram 1,5°C da média registrada no período pré-industrial. Acabou o ano, mas não o calor intenso. A previsão para 2025 é preocupante: altas temperaturas, bem longe do considerado normal, devem novamente causar queimadas, ciclones e chuvas intensas, que foram desastres ambientais que marcaram 2024.
Nunca os eventos extremos foram tão fortes como no ano que passou, de acordo com duas das principais agências internacionais do clima, a World Weather Attribuition (WWA) e a Climate Central. Recentemente, elas publicaram um estudo científico com o balanço e análise do ano. Segundo o documento, de janeiro a dezembro, foram registrados 41 dias a mais de “calor perigoso” e 219 grandes eventos extremos. Entram nesse pacote, a enchente da Espanha e as queimadas da Amazônia, por exemplo.
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Sem deixar de lado a influência do El Niño, que de que fato deu um empurrão para cima nos termômetros, as empresas constataram que o maior agravante da situação é de fato a mudança do clima. Também elegem a queima de combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás, como a grande alavanca deste sistema, que coloca em risco a vida das pessoas e de todo o ecossistema. “Vivemos em uma nova era perigosa”, disse Friederike Ottdiretora da WWA.
A emissão de dióxido de carbono (CO2) foi 0,8% maior no ano passado do que em 2023, segundo a a Global Carbono Project, rede formada por mais de 100 cientistas. Mais do que explicar o aumento da temperatura, indica que os governos estão trabalhando no sentido oposto das reais necessidades para que sejam cumpridas as metas do Acordo de Paris. Para que o mundo consiga manter o aquecimento em 1,5°C, a meta é diminuir em 43% a emissão do gás até 2030. A probabilidade, no entanto, é que 2024 seja considerado também um ano de recorde de emissão de CO2.