Estudo: 57 empresas respondem por 80% da poluição de dióxido de carbono no mundo
Levantamento do InfluenceMap, referência mundial na produção de estudos e análises do meio ambiente, descobre os vilões do aquecimento global

Parece inacreditável, mas apesar da crise climática ser um problema de todos, a responsabilidade não pode ser repartida igualmente. O consumidor que ainda tem dilemas morais por não ter trocado o carro à gasolina por um elétrico pode respirar um pouco mais aliviado e ao mesmo tempo ficar furioso. O levantamento inédito do InfluenceMap, referência mundial no estudo e análises do meio ambiente, chegou à conclusão que 80% da poluição jogada na atmosfera com a queima de combustíveis fósseis, entre 2016 e 2022, foi produzida por 57 empresas.
Historicamente, 65% das estatais e mais da metade do setor privado expandiu a queima de dióxido de carbono (CO2), ao longo dos anos, como se não houvesse qualquer restrição, ao menos moral, em relação ao aquecimento global. Desde 2015, data da assinatura do Acordo de Paris, que estabelece o limite de aumento de temperatura global em 1,5°, a queima de combustível fóssil continuou a aumentar, como se o aquecimento global não fosse consequência da produção de CO2. De 2016 a 2022, as estatais da China emitir 25,79% do gás. O mesmo cálculo feito em um período mais longo, entre 1854 e 2022, achata a parcela chinesa para 14%. Isso quer dizer que depois do Acordo de Paris, a China pisou firme no acelerador da poluição ambiental.
As estatais produtoras de petróleo dividem, desde 2016, a emissão de mais de 30 mil megatoneladas de CO2. A Arábia Saudita fica com 4% e a Índia, 3%. Entre os investidores das companhias privadas de combustíveis, caso da Exxon Mobil, Shell, BP e Chevron, cabe a quota de 10% da emissão global desde 1854 e 6% desde 2016.
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O estudo aponta que 58 das 100 maiores produtoras de carbono aumentaram a produção. Entre os países sedes dessas companhias, os EUA é o poluidor campeão –16 das 37 empresas aumentaram a emissão de CO2 em segundo lugar fica Ásia, onde 13 das 15 companhias também aceleraram. Conhecido negacionista do aquecimento global, o presidente Donald Trump não deve diminuir a emissão no seu novo mandado, ao contrário deve subir ainda mais.
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