Governadores adotam novas medidas contra o coronavírus e a restrição da entrada de estrangeiros no Brasil, a investigação contra uma rede de hospitais de São Paulo, a pandemia pelo mundo, a crise diplomática entre Eduardo Bolsonaro e China e a aposta de Donald Trump em um medicamento contra a doença. Esses são os principais assuntos para você começar seu dia bem-informado
CORONAVÍRUS
Com o avanço do coronavírus no Brasil, os governadores do Rio, Wilson Witzel (PSC), e de São Paulo, João Doria (PSDB) anunciaram novas medidas para conter a pandemia. Witzel decidiu por fechar as divisas do estado e decretou que praias, lagoas e piscinas públicas não sejam frequentadas, além de suspender a cobrança da tarifa de água por 60 dias. Já em São Paulo, Doria garantiu a isenção das contas de água para famílias de baixa renda. O tucano recomendou também a suspensão de missas e cultos a partir de segunda-feira e que o álcool em gel seja vendido a preço de custo nos supermercados.
Ainda na quarta, os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal enviaram uma carta ao presidente Jair Bolsonaro onde pediram a adoção de medidas emergenciais, como suspensão da dívida com a União e dinheiro para financiar soluções na saúde pública. O presidente, por sua vez, voltou a criticar os mandatários estaduais durante transmissão ao vivo no Facebook. Para ele, as ações adotadas podem atrapalhar o andamento da economia.
Em edição extra do Diário Oficial da União já na noite de quinta, o governo federal determinou a restrição da entrada de estrangeiros vindos de países da Europa e da Ásia a partir de segunda-feira. Antes, o governo já havia ordenado o fechamento das fronteiras com oito países da América do Sul. Até esta quinta, o Brasil registrava 621 casos e sete mortes, de acordo com o Ministério da Saúde.
SOB INVESTIGAÇÃO
Por não ter notificado corretamente a presença de casos confirmados do novo coronavírus em sua rede de hospitais, a Prevent Senior, especializada em atendimentos de idosos, passou a ser investigada pela prefeitura e estado de São Paulo. Foi em um hospital da rede que houve a primeira morte confirmada pela Covid-19 no Brasil. Desde então, outros quatro óbitos pela doença já foram registrados na rede hospitalar. Nos hospitais gerenciados pela Prevent Senior, são ao menos 123 pacientes em protocolo de Covid-19. O alto fluxo fez com que a unidade localizada no bairro de Santa Cecília também passasse a ser utilizada exclusivamente por pacientes acometidos pelo novo coronavírus. Até então, os atendimentos estavam sendo centralizados na unidade Paraíso.
HIDROXICLOROQUINA
O presidente americano Donald Trump anunciou na quinta-feira que vai acelerar a aprovação de remédios para o tratamento da Covid-19. Uma dessas drogas é a hidroxicloroquina, usada contra reumatismo e malárias, entre outros, e que apresentou resultados promissores — mas ainda não conclusivos — no tratamento do novo coronavírus. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém, avisou que não recomenda o uso do medicamento para Covid-19 e ressaltou que a segurança e a eficácia da droga para esses casos ainda não foram comprovadas. A Anvisa alertou que a automedicação é um risco à saúde.
A PANDEMIA NO MUNDO
Foi nesta quinta que as mortes causadas pelo novo coronavírus na Itália superaram as da China, onde o vírus surgiu. Além disso, os casos saltaram 15% em um dia e já passam de 41 mil no país europeu. Diante da crise, o primeiro-ministro Giuseppe Conte decidiu prorrogar as medidas de quarentena após 3 de abril, primeira data estipulada. O mesmo deve acontecer na França. Já na China, pelo segundo dia consecutivo, não houve novos registros de casos internos. O país, agora, acende o alerta para infectados que chegam do exterior. A doença já matou mais de 10 mil pessoas no mundo e infectou mais de 245 mil.
CRISE DIPLOMÁTICA
A crise diplomática entre Brasil e China causada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro ganhou novos capítulos na quinta. Uma frente parlamentar formada por 224 deputados e um senador denunciou que o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, sofreu ameaças após responder o tuíte do terceiro filho do presidente. Na equipe ministerial, houve quem ficasse revoltado com as declarações. Presidente do Congresso, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) se desculpou com o presidente chinês, Xi Jinping, e Eduardo Bolsonaro publicou uma nota em que disse ‘jamais ter ofendido o povo chinês’. A embaixada, porém, voltou a respondê-lo e chamou as palavras do parlamentar de “absurdas e preconceituosas”.