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Crônicas de Peso

Por Cid Pitombo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O cirurgião bariátrico e pesquisador na área de obesidade Cid Pitombo reflete, em seus textos, sobre alimentação, movimento, ganho... e perda de peso

Interestelar: os dilemas da produção e do consumo alimentar

Sair da Terra não é uma opção... Então como equilibrar o ecossistema da alimentação para sermos mais sustentáveis e saudáveis?

Por Cid Pitombo
23 jul 2025, 18h18

Como humanidade, temos o poder de decidir sobre a nossa expectativa de vida, bem como a do nosso planeta. Na brilhante ficção Interestelar, a ideia de não termos mais como produzir alimentos na Terra nos faz explorar o Universo em busca de um novo lugar para habitarmos diante do caos de ficar sem comida.

Na realidade, a nossa população continua crescendo e, graças a avanços e descobertas na medicina, estamos nos tornando mais longevos. O tamanho do nosso planeta, no entanto, continuará o mesmo.

É fato: não teremos mais terra ou água proporcional ao nosso crescimento populacional. Pelo mesmo caminho destrutivo, vem a indústria do consumo, com o desperdício de alimentos e água. Os recursos, sabemos, são finitos.

Aprendemos a plantar, sofisticamos a agricultura e pecuária, captamos água de onde podemos – até tiramos o sal da água do mar. Tudo isso melhorou consideravelmente a oferta e a distribuição alimentar, mas até quando?

Uma das grandes discussões é como vamos seguir nossa jornada. Já não temos mais comida natural para todos nem água potável em muitas áreas. O alimento ultraprocessado se fez necessário para compensar a demanda e, como um planeta hostil, deve ser mais bem explorado e entendido.

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A ideia de um alimento com poucos componentes naturais, adicionado à grande quantidade de sal ou açúcar, corantes, acidulantes, sabores e conservantes na maior parte das vezes artificiais é comprovadamente um buraco negro para doenças futuras como obesidade, câncer, problemas cardiovasculares e diabetes.

Mas, para alimentar bilhões de bocas, a impressão é que não há outra opção. Será? A dura verdade é que muitos se alimentam desse tipo de ração, um tanto palatável, porque é o que conseguem comprar. E é interessante imaginar que muitas dessas ideias da química alimentar foram inspiradas em experimentos espaciais.

Há anos-luz venho falando que temos que pilotar melhor essa discussão e desenvolvermos um sistema de alimentos alternativos, mas de melhor qualidade. Do contrário, dizimaremos nossa própria espécie.

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Uma das maiores dificuldades alimentares que temos é a produção de proteína, que na maior parte das vezes é de origem animal. Vacas, porcos, peixes, frangos e outros mais são produzidos aos milhões, levando a um enorme efeito no nosso planeta. No Brasil temos mais animais nos pastos do que pessoas habitando o país.

Essa atividade leva ao alto consumo de água, alimentos, bem como produz efeitos nas florestas para criação de espaço e alta produção de gás metano e suas consequências no efeito estufa. Mudanças da dieta e melhoria genética já têm sido estudadas para diminuir esse efeito, mas ainda não colocadas em prática.

Nos mares, tanto pela pesca predatória, quanto em áreas de reprodução que levam ao descarte de resíduos nocivos no mar, os efeitos depredatórios também ocorrem. Tudo isso deve ser colocado na atmosfera do nosso futuro. Aumentarmos o consumo de proteína vegetal pode ser uma solução e já temos conhecimento de como agregar vitaminas e outros elementos que necessitamos que não estão presentes nesses alimentos.

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Desde que começamos a consumir carne, não paramos mais. É indiscutível o quanto isso foi benéfico para o nosso intelecto e saúde, mas precisamos ficar aqui na Terra e nosso tempo está acabando. Alimentos alternativos com adequada composição de sal, açúcares, gorduras, proteínas, fibras, vitaminas e pouco ou nenhum aditivo devem ser pesquisados e desenvolvidos. Essa é uma necessidade democrática.

Não teremos solo para cultivar tanta comida se mantivermos o ritmo atual. Os governantes precisam entrar em cena, os pesquisadores e as indústrias também.

É irônico imaginar que sabemos que o enredo de um filme já acontece e todos nós assistimos à história de forma pacífica. Olhamos para nós e não percebemos o que acontecerá com nossos filhos e netos, uma força de amor muito bem demonstrada no filme, que não parece estar no nosso script.

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Na ficção, temos uma suposta alternativa, mas essa solução é uma ideia que até o momento só passa no cinema.

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