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Crimes em aeroportos mostram os sinais da ruína política do Estado

Há uma liquefação institucional. Por conveniência, não é admitida ou reconhecida nos palácios do Planalto e dos Bandeirantes, no Congresso e no Judiciário

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 nov 2024, 08h00

Em menos de dois anos já foram registrados dois atos criminosos e típicos de terrorismo em aeroportos internacionais, áreas que pertencem à jurisdição federal.

Nos dois casos sobram evidências de leniência dos governos federal e estaduais. Eles mostram sinais da ruína política do Estado brasileiro num dos seus fundamentos, o monopólio da coerção por força legítima.

Na véspera do Natal de 2022, extremistas saíram de um acampamento montado em frente ao Quartel Geral do Exército com o objetivo de explodir bombas no aeroporto internacional de Brasília para criar um “clima” propício a um golpe de estado. Na semana seguinte estava prevista a chegada de chefes de Estado e de governos convidados para a posse de Lula.

Vale lembrar: durante 55 dias, até à noite do atentado frustrado, uma rotina de manifestações e conspirações contra o regime democrático nesse acampamento irregular foi sustentada com a cumplicidade do governo Jair Bolsonaro; do governo do Distrito Federal; do comando das Forças Armadas; com o auxílio ativista de chefes da Polícia Militar e, também, de alguns parlamentares distritais, deputados federais e senadores.

São os mesmos políticos que, agora, defendem anistia para os condenados pela tentativa de insurreição uma semana depois da posse presidencial, no domingo 8 de janeiro de 2023.

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Na última sexta-feira (8/11) um operador financeiro da máfia paulista foi executado em frente à ala de desembarque do aeroporto internacional de São Paulo. Há evidências de envolvimento de agentes policiais civis e militares.

Naquele fim de semana desembarcavam na capital paulista parte das delegações governamentais e privadas que participam dos encontros prévios do G-20, no Rio. Presidido pelo Brasil, esse evento reúne chefes de Estado e de governos das nações mais desenvolvidas, países convidados da América Latina e da União Africana e a cúpula de 15 organismos internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.

Vistos de forma isolada, os casos de Brasília e de São Paulo apresentariam apenas uma infeliz coincidência no calendário de eventos relevantes, como a posse presidencial e a reunião do G-20.

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Em conjunto, os dois episódios mostram um Estado desafiado na vitrine brasileira. Está ocorrendo uma liquefação institucional. Por conveniência, não é admitida ou reconhecida nos palácios do Planalto e dos Bandeirantes, no Congresso e no Judiciário.

No entanto, ela está aí, visível tanto nas iniciativas de múltiplas facções do extremismo político – incluídos os núcleos neonazistas do Sul –, quanto nas ações de guerra urbana realizadas pelas máfias do narcotráfico e das milícias paramilitares em todo o país.

De Lula a Tarcísio de Freitas, governantes se entretêm em tagarelices sobre emendas à Constituição, novas leis penais, planos de segurança pública e forças-tarefas para casos específicos, sem indicar disposição para o saneamento básico das forças de segurança e sua necessária integração nacional, com capacidade para mapear e desmontar a estrutura financeira, onde é feita a lavagem dos lucros ilícitos com apoio político.

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Enquanto isso, se multiplicam indícios de contaminação das instituições pelo crime. São eloquentes, por exemplo, os relatos sobre suspeitas de eleição de sete dezenas de parlamentares federais em 2022 e de outro tanto nas recentes eleições municipais, especialmente no Rio em São Paulo.

Quem quiser, pode continuar fingindo que não vê, mas a deterioração institucional já deixou o Brasil mais perto do México e da Colômbia no mapa da insegurança sul-americana.

Em áreas específicas, como no terço do território carioca controlado por narcotraficantes e milicianos, e, também, em algumas cidades da Amazônia, tem-se um Estado em pré-falência, se aproximando da situação que hoje caracteriza a Venezuela.

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