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Como Guilherme Boulos se tornou o campeão de mentiras no segundo turno

Candidato do PSOL participou de live promovida pelo ex-inimigo Pablo Marçal – e mentiu novamente

Por Sérgio Ruiz Luz
Atualizado em 25 out 2024, 18h30 - Publicado em 25 out 2024, 15h12

Na exótica live transmitida nesta sexta, 25, em que aceitou ser entrevistado pelo ex-adversário Pablo Marçal (PRTB), o deputado Guilherme Boulos (PSOL) mostrou que não tem pudor algum em tentar tudo o que é possível para reverter a considerável distância que o separa atualmente de Ricardo Nunes (MDB) a poucos dias da votação. Aceitar fazer uma transmissão desse tipo com um político que exibiu contra ele um falso atestado por uso de cocaína antes do início do primeiro turno é um fato que já entrou para a história como um dos maiores exemplos do vale-tudo nas eleições. No início da live, como se não bastasse, Boulos mentiu mais uma vez sobre sua ausência em um debate promovido por VEJA.

Na ocasião, mesmo depois de a assessoria da campanha dele ter confirmado a participação e concordado com as regras, Boulos simplesmente fugiu do evento realizado no primeiro turno. A ausência foi combinada às vésperas entre as equipes de marketing de Boulos, José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB). A ideia era fugir justamente do confronto com o mesmo Marçal, a quem Boulos estendeu os braços agora, à procura de uma ajuda de última hora. Resumo do lamentável enredo rocambolesco: Boulos fugiu do debate de VEJA para não enfrentar Marçal e agora, diante do mesmo Marçal, resolveu mentir mais uma vez sobre o motivo que o levou a fugir de Marçal no debate de primeiro turno. Não ficou nem corado.

Para um candidato que se posiciona como um farol ético e almeja comandar a maior cidade do Brasil com um discurso no qual se destacam as reiteradas denúncias de corrupção contra seu adversário, tudo isso feito com o dinheiro daquela que é a campanha mais rica do país (dinheiro saído dos cofres públicos, vale lembrar), adotar a tática da mentira é bater recordes de hipocrisia. Mas não se pode dizer que Boulos não tem se esforçado nesse campo tortuoso e lamacento. Somente no segundo turno, ele sofreu até agora 32 condenações da Justiça Eleitoral por causa de acusações contra o adversário, que geraram direitos de resposta (Nunes teve duas condenações no mesmo período).

Mais uma vez, a reportagem de VEJA questionou a campanha de Boulos a respeito da mentira dita por ele para tentar justificar a ausência do debate promovido pela revista. A assessoria do candidato, sem qualquer pudor, assinou embaixo a atitude do chefe: “A campanha reitera o que o candidato disse na live e em outras oportunidades sobre o mesmo tema”. Conforme está registrado por VEJA, a campanha de Boulos aceitou participar do debate em questão e aceitou as regras. Abaixo, o e-mail com a prova de que estão mentindo.

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E-mail em que a campanha de Boulos concorda com a participação no debate de VEJA e com as regras sugeridas pela organização (Reprodução/VEJA)
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Marçal tentou se comportar durante a live com Boulos como se fosse um entrevistador sério. Durante a conversa de aproximadamente 1 hora, o candidato do PSOL e o coach criticaram várias vezes Nunes por não ter aceitado participar do mesmo encontro. O caráter de entrevista séria não dá para levar a sério, claro. Fora o ar de combinação entre os dois, durante o tempo da live não se falou de assuntos mais incômodos, a exemplo do PCC. No primeiro turno, Boulos atacou insistentemente Marçal pelas ligações do partido do coach, o PRTB, com essa facção do crime organizado. Agora, dentro da desesperada tentativa de conquistar parte do eleitorado de Marçal, Boulos ficou calado sobre o assunto. O coach também nada lhe perguntou a respeito, claro.

Poderiam ter comentado a reportagem que consta na nova edição de VEJA, que traz graves e sólidas denúncias de um ex-integrante do PRTB sobre as ligações entre o comando do partido e o PCC. Segundo esse mesmo ex-integrante da sigla, Marçal sabe a quem ele está servindo dentro do partido.

 

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