Indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Jair Bolsonaro e ex-advogado-geral da União na gestão do ex-presidente, o ministro André Mendonça teve nesta sexta-feira, 20, um encontro com o grupo Prerrogativas, que reúne juristas aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com as presenças do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, além dos ministros do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e da AGU, Jorge Messias, e do deputado estadual paulista Emídio de Souza (PT), o encontro ocorreu na casa do criminalista Roberto Podval, em São Paulo.
O STF protagonizou as rodinhas de conversas de advogados no jantar. Entre membros do “Prerrô”, boa parte disse acreditar que o advogado Cristiano Zanin Martins será de fato indicado à Corte por Lula. Embora as preferências internas sejam por outros nomes, o grupo enxerga seu nome com respeito e está comprometido a auxiliar o presidente na aprovação do indicado.
Além de Zanin, os ministros Luiz Fux e Alexandre de Moraes também foram assunto. Fux foi criticado pela demora na liberação para julgamento de uma liminar de sua autoria que suspendeu, em janeiro de 2020, a aplicação do juiz de garantias. Criada no “pacote anticrime” aprovado em 2019 no Congresso, a figura é elogiada por juristas garantistas por introduzir um juiz para conduzir investigações criminais, enquanto outro magistrado se responsabiliza pelo julgamento.
Em relação a Moraes, advogados manifestaram preocupação quanto à condução de inquéritos rumorosos no Supremo. Integrantes do Prerrogativas têm afirmado que, mesmo com a derrocada do lavajatismo, o grupo não quer “perder identidade” e seguirá combatendo o “ativismo judicial”.
O Prerrogativas pretende fortalecer as pontes e o diálogo com setores da sociedade distantes do petismo. Depois de André Mendonça, a propósito, o grupo quer organizar um jantar com o ministro Kassio Nunes Marques, o outro indicado por Bolsonaro ao Supremo.